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Valorização leva pecuarista a investir na alimentação do gado

A disponibilidade de leite ainda insuficiente para atender à demanda fez os preços pagos ao produtor subirem 7,15% entre março e abril deste ano. Neste mês, o produtor recebeu, pelo leite entregue em março, R$0,719 por litro na média nacional, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. A pesquisa mostrou aumentos significativos principalmente nas bacias leiteiras das regiões Central, Sul e Sudeste do Brasil.

Apesar de algumas regiões ainda mostrarem queda na recepção de leite, 45% das 111 empresas (entre laticínios, cooperativas e pontos de coleta) ouvidas pela Scot informaram que a captação ficou estável em março.

Além disso, 40% das empresas esperam estabilidade nos preços em maio (quando pagarão pelo leite recebido em abril). “Como houve antecipação da alta, os produtores investiram em alimentação do gado e a oferta de leite deve crescer”, afirmou Rafael Ribeiro, zootecnista da Scot. Segundo ele, parte da alta ao produtor também se explica pelo fato de os laticínios terem elevado seus preços de venda no atacado. “A indústria repassou para a matéria-prima”, disse.

Ribeiro observou que a alta dos preços no varejo, reflexo dessa valorização do preço ao produtor, já começa a enfrentar resistência por parte do consumidor. Em abril, o preço médio do leite longa vida no atacado ficou em R$1,93 por litro, alta de 6,6% sobre o mês anterior. No varejo, a valorização foi de 4,95%, para R$2,12 por litro.

Os preços no spot (negociação entre as empresas), que subiram num ritmo mais lento em abril, também apontam para estabilidade nas cotações em maio, na avaliação de Ribeiro. Neste mês, o valor médio do leite nessas negociações ficou em R$0,92 por litro, 3,37% acima do março. O spot é um sinalizador para o mercado, pois nos momentos de menor oferta, essas operações aumentam.

Ribeiro disse que a expectativa é de estabilidade para maio, mas os preços ao produtor devem voltar a se firmar a partir do mês seguinte com a entressafra propriamente dita, quando a oferta de pasto estará mais prejudicada.

Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 23 de abril de 2010.

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