Troca de teteiras – fator fundamental para uma boa ordenha

A manutenção rotineira do equipamento de ordenha influencia a qualidade do leite e participa na ocorrência e controle de mastite. Para manter o equipamento de ordenha sempre em ótima condição, é preciso estabelecer programas de manutenção e avaliações periódicas. Identificar possíveis causas de problemas no equipamento de ordenha e solucioná-las rapidamente pode reduzir a ocorrência de mastite.

A teteira é um ponto fundamental na manutenção do equipamento. Os insufladores das teteiras devem estar sempre em boas condições, sem sinais de desgastes como rachaduras e alterações na superfície da boca ou do interior. A deterioração da boca do insuflador usualmente resulta em aumento de entradas de ar e deslizamento de teteiras. A dilatação do corpo das teteiras pode causar aumento de leite residual. Se há diferença significativa na ordenha (tanto na velocidade quanto no volume de leite extraído) quando as teteiras são substituídas, é sinal de que foram usadas por tempo demasiado!

As teteiras têm a menor vida útil dentro do sistema. Geralmente devem ser substituídas a cada 2.500 ordenhas ou conforme recomendação do fabricante:

Período de troca de teteira =__2.500__

                                                        (a x b/c)

Onde:

a = Nº de vacas ordenhadas por dia

b = nº de ordenhas por dia

c = nº de unidades de ordenha do equipamento

O uso excessivo dos insufladores (foto 1) leva ao desgaste da parte que entra em contato com o teto, ficando esta extremamente lisa, podendo levar a ocorrência de deslizamento de teteira. Além disso, os insufladores desgastados formam porosidades e ranhuras na parte que fica abaixo do teto.

Foto 1: Teteira com mais tempo de uso do que o recomendado. A seta azul indica locais lisos devido ao desgaste de uso, facilitando a ocorrência de deslizamento de teteira. A seta vermelha indica os locais com porosidade, devido ao atrito entre a borracha quando colabam para massagear o teto, e consequente acúmulo de bactérias, predispondo os animais a infecções.

O deslizamento de teteira provoca a entrada de ar no copo coletor, causando um ambiente de pressão positiva que faz com que o leite presente no copo coletor retorne ao teto a uma velocidade alta, podendo levar leite de tetos contaminados para teto sadio. Já as porosidades e ranhuras na parte que fica abaixo do teto podem alojar bactérias que serão dificilmente eliminadas pela higienização do equipamento. No momento da ordenha estas bactérias se encontram próximo à porta de entrada do teto, o esfíncter, o que pode facilitar a ocorrência de infecções. Por isso, a troca adequada da teteira, cumprindo os prazos determinados pelo fabricante, é fundamental para uma boa ordenha e controle da mastite.