Tratamento de doenças respiratórias de bezerros (Parte 1)

Aspectos gerais

As doenças respiratórias dos bovinos têm especial importância por ser uma das principais causas de prejuízos em criatórios de animais de leite e de corte.

O bovino apresenta uma situação de risco permanente devido à sua anatomia e fisiologia pulmonar.

São vários os tipos de pneumonias em bovinos e elas podem ser causadas por vírus, bactérias, verminose, fungos e corpos estranhos e combinação entre esses agentes. Confira as mais comuns:

>> Pneumonias intersticiais – Compreendem as afecções de natureza não infecciosa causadas pela inalação de toxinas e alérgenos e as infecções virais isoladas: vírus parainfluenza 3 (PI-3), sincicial respiratório bovino (VSRB) e rinotraqueíte bovinoinfecciosa (IBR).

>> Pneumonias verminóticas – Causada pela ingestão de larvas de Dictyolcaulus viviparus.

>> Pneumonia enzoótica dos bezerros (PEB) – É a forma mais frequentemente observada nos sistemas de produção intensivos.

>> Pneumonias de origem bacteriana – Têm como principais agentes a s seguintes bactérias: Streptococcus, Staphylococcus, Pasteurelas, Chamydias, Salmonela, Klesibiela, Mycoplasma, entre outras. A pneumoenterite é de evolução rápida com alta mortalidade.

Incidência

As doenças respiratórias em bezerros têm maior ocorrência, principalmente no período de inverno.

Na faixa etária de 45 dias, o bezerro está mais susceptível à doença pulmonar, por ser nessa época em que é registrada queda da resistência passiva e aumento da resistência adquirida (seu organismo precisa produzir seus próprios anticorpos). Essa idade é crítica para bezerros, devendo-se minimizar o estresse.

No entanto, a ocorrência da pneumonia de forma severa pode ocorrer em qualquer faixa etária ou época do ano, desde que sejam verificados fatores que desequilibrem a imunidade do animal, permitindo ação do agente causador.

Fatores que podem contribuir para o problema

>> Instalação – As características da construção, localização.

>> Conforto animal – Área com excesso de animal, higiene das instalações, descorna, vacinação e condições inadequadas de transporte levam ao estresse e à queda da resistência imunológica.

>> Condições climáticas – Presença de umidade, frio e ventos.

>> Manejo animal – Lotes compostos com bezerros de faixas etárias diferentes, permanência por grandes períodos no curral, ausência ou precário esquema profilático visando ao controle das doenças.

>> Manejo da pastagem – Os pastos abaixo do curral e nas baixadas, que apresentam melhor qualidade do capim na seca, são os locais com maior infestação de vermes.

>> Controle sanitário do rebanho precário ou ausente.

>> Nutrição inadequada conforme a categoria animal.

>> Saúde animal do recém-nascido ineficiente – Ingestão do colostro nas primeiras horas após o parto, cura do umbigo, desinfecção das instalações, pasto limpo e reservado permitem uma melhor resistência do bezerro.

Sintomas

São baseados nos sinais clínicos, como:

>> Aparecimento de um estado febril acima de 39,5 graus em 78% dos casos.

>> Taquipneia. Respiração rápida e curta (maior que 50mrm em 93% dos casos).

>> Anorexia acompanhada de um estado de depressão de leve a severa.

>> Tosse (79% dos casos).

>> Corrimento nasal ausente ou seroso a mucopurulento.

>> Dispneia em 100% dos casos.

>> Cansaço e lentidão ao caminhar.

>> Desidratação nos casos mais severos.

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