No inverno, são grandes as variações de temperatura, que são uma das principais responsáveis pelo aumento de casos de pneumonia em rebanhos leiteiros nesta época. Dentre os animais jovens, bezerros entre 6 e 8 semanas de idade são os mais afetados.
As pneumonias podem variar de quadros crônicos até casos agudos (de evolução muito rápida) e fatais. Os danos aos pulmões podem ser temporários ou permanentes. Animais com danos temporários têm atraso em seu desenvolvimento, podem não conseguir acompanhar os demais de mesma idade, ficam mais propensos a desenvolver outras doenças e a sofrer mais atrasos no desenvolvimento.
A febre pode ser um dos sintomas da pneumonia
Bezerros com danos permanentes no pulmão, por menores que sejam, não se recuperam completamente, têm capacidade respiratória limitada, tem crescimento retardado e não conseguem expressar todo o seu potencial produtivo. Animais como estes podem ser carreadores de agentes infecciosos importantes, e adoecem com muita frequência. Se possível, eles não devem ser usados para reposição e devem ser descartados.
A boa notícia é que há como prevenir o aparecimento de pneumonias em bezerras e evitar os prejuízos que ela traz, tanto os que se consegue ver, quanto aqueles não tão perceptíveis.
Prevenir é muito melhor do que remediar
•A variação de temperatura nesta época do ano favorece e muito o aparecimento de pneumonias em bezerras, assim como também facilita a ocorrência de problemas respiratórios em humanos. Estratégias para reduzir os efeitos dessas variações em bezerros giram em torno de propiciar um ambiente adequado para eles. Por ambiente adequado entende-se:
•Boas condições de higiene;
•Solo seco, com cobertura vegetal mais alta, em que os bezerros possam se proteger do vento;
•Árvores no entorno do bezerreiro, que possam quebrar o vento; • Dependendo da região, casinhas que protejam melhor do frio e da chuva, ou que protejam melhor do vento, mas que, ainda assim, garantam boa circulação de ar;
•Individualização dos bezerros, de forma a evitar o contato direto entre eles e a evitar transmissão de doenças;
•A individualização também evitará a competição no cocho e permitirá melhor observação de cada um dos animais. Assim será possível observar melhor o comportamento e a ingestão de alimentos e de água de cada um, de forma a detectar bezerros doentes com maior precocidade.
Boa cobertura vegetal auxilia na proteção contra ventos e grandes variações de temperatura
• A má colostragem também contribui bastante para o aparecimento de pneumonias em bezerras. Isso porque elas dependem da proteção que a mãe passa a eles pelo colostro (imunidade passiva) para ter tempo de desenvolver sua própria imunidade (imunidade ativa). Há um período em que a imunidade ativa ainda não se desenvolveu completamente e em que a imunidade passiva já está em queda. Este é um período inevitável, mas ele acontece mais cedo, e com o bezerro mais despreparado, se houver má colostragem. Quando isso ocorre, o bezerro pode adoecer mais vezes e com maior gravidade.
A melhor forma de prevenir isso é garantir que os bezerros tomem 3 a 4 litros de colostro de boa qualidade nas primeiras 6 horas de vida dele. E que depois tome o máximo de colostro possível até as primeiras 24 horas de vida.
• Fatores que afetem o desenvolvimento da resposta imune ativa também favorecem o adoecimento de bezerros. Dentre eles pode-se citar a nutrição inadequada (por exemplo, dar menos leite do que o necessário e não fornecer concentrado desde sempre) e a ocorrência de outras doenças, como tristeza parasitária, diarréias e etc.
Para prevenir isso, deve-se fornecer pelo menos 6 litros de leite/bezerro/dia, durante, pelo menos, os primeiros 40 dias de vida, além de fornecer concentrado, sal mineral e água limpa a vontade. Também deve-se fazer boa colostragem, boa cura de umbigo, ter um bom ambiente para o bezerro ficar, higienizar muito bem, com água e sabão, todos os utensílios utilizados para alimentar os bezerros; e controlar a população de ectoparasitos, como carrapatos e moscas.
• Falhas na cura de umbigo são outro fator importantíssimo! Um gesto tão simples como o de curar o umbigo de bezerros de forma adequada certamente evitará grandes transtornos, previnirá a ocorrência de muitas doenças, como a pneumonia, e evitará mortes.
Para isso, é preciso embeber toda a estrutura do umbigo em iodo 10%, pelo menos 1 vez ao dia, durante os 3 primeiros dias de vida do bezerro. De preferência deve-se colocar o iodo 10% em recipientes, sem retorno, originalmente fabricados para fazer pré e pós dipping e usá-los para embeber o umbigo.
• A identificação e o tratamento rápido e adequado de animais doentes também são essenciais para evitar maiores prejuízos.
É importante frisar que o tratamento de pneumonias não se restringe ao uso de antibióticos, mas deve ser feito também de acordo com os sintomas do animal. Ou seja: antiinflamatório, para tentar evitar os grandes prejuízos que as reações inflamatórias causam aos tecidos do pulmão; alimentação adequada, para dar condições do sistema imune do animal responder e defendê-lo; hidratação oral, também para dar condições do sistema imune do animal responder e defendê-lo; e antitérmico, caso haja febre.
O tratamento deve contemplar, além de antibiótico, o que for necessário de acordo com os sintomas do animal
Resumindo, um bom manejo do recém-nascido, garantindo efetiva cura de umbigo e transferência de imunidade passiva; um bom ambiente, boas condições de higiene e instalações adequadas; boa nutrição, sanidade e condições de criação, permitindo o desenvolvimento de uma boa resposta imune ativa, compõem o caminho a ser seguido para a obtenção de menores taxas de adoecimento e de mortalidade de bezerros por pneumonias.
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