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Tecnologias que modernizam a lavoura

A produção agrícola tem sofrido sérios danos devido às mudanças climáticas nos últimos anos. Com isso, o agronegócio exige o investimento da tecnologia na agricultura para que não ocorra problemas futuros com a lavoura. Qualquer produtor rural pode adotar essa prática. Contudo, independente do tamanho da propriedade, o fator limitante ainda é o custo.

Segundo o engenheiro agrônomo, vice-presidente de Estudos do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e professor titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCA/Unesp-Botucatu), Ciro Antonio Rosolem, o princípio da Agricultura de Precisão é usar somente o que é necessário ou econômico em cada parte da lavoura, além de realizar uma aplicação correta. Há inúmeras máquinas, programas de computador e, portanto, maneiras de se fazer aplicações localizadas de corretivos, fertilizantes, herbicidas, sementes e outros.

“Isso está mais ou menos resolvido, com algumas tecnologias em uso, tanto no exterior, como no Brasil. Dentre todas, as mais comuns são o mapeamento da produtividade e a aplicação localizada de corretivos e fertilizantes”, explica.

No cenário internacional é comum a utilização de sensores para recomendar e aplicar Nitrogênio em cobertura. Há ainda máquinas de semeadura em taxa variável, permitindo colocar populações de culturas diferentes no mesmo campo, respeitando as limitações locais. As últimas tecnologias que foram criadas no exterior, atuam no sentido de se desenvolver máquinas que possam semear diferentes híbridos na mesma área para colocar materiais mais exigentes nos locais mais férteis do campo.

Identificar o que é necessário e amostrar áreas grandes de modo a refletir toda a variabilidade existente são ações trabalhosas. Normalmente, são utilizados grades de amostragem de diversos tamanhos. Para identificar corretamente a variabilidade é preciso realizar um estudo mais detalhado.

Para a aplicação de Nitrogênio em cobertura já foram desenvolvidos sensores que fazem a leitura da lavoura e transmitem à máquina a dose necessária a ser aplicada. O que tem sido estudado é o uso de satélites para a amostragem contínua, mas os resultados ainda não permitem o seu uso agrícola rotineiro. De acordo com Ciro Antonio Rosolem, amostradores de solo que também permitem amostragem contínua estão em desenvolvimento, mas ainda não apresentam resultados com confiabilidade de custo compatível.

O uso de celulares na agricultura é outra vertente que deverá ter enorme desenvolvimento em futuro próximo. Já existem aplicativos para reconhecimento de pragas, doenças, deficiências minerais, recomendações de adubação, irrigação e outros. No Brasil ainda não é possível desfrutar de todos os aplicativos devido à necessidade de adaptação para o bom funcionamento.

As primeiras culturas a receberem a tecnologia foram a cana-de-açúcar, para identificar as falhas de plantio; em seguida, o eucalipto, para manter o controle de formigas e pragas; o algodão, para apontar as doenças existentes; a soja, para monitorar o nematoide e o milho, para avaliar o desenvolvimento da lavoura.

 

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