Nos oito primeiros meses de 2014, 932 ocorrências foram registradas.
Sistema Fazenda Protegida promete diminuir os casos de roubo no campo. O número de roubos a fazendas cresceu este ano em Minas Gerais e a polícia esbarra na dificuldade de acessar as propriedades invadidas. Em Uberaba, um programa foi criado para tentar diminuir as ocorrências no campo.
Há meses, o campo deixou de ser sinônimo de tranquilidade para Ana Lúcia Borges. Em maio, a propriedade dela, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi invadida por dois homens armados, um trauma que só agora, ela está conseguindo superar.
A ocorrência inclui a produtora rural em uma estatística que preocupa autoridades de Segurança Pública em Minas Gerais: a de roubos a fazendas.
Só nos oito primeiros meses desse ano foram mais de 930 em todo o estado, só em Uberaba, cerca de 30. Para tentar diminuir esses números, a Polícia Militar conta agora com a ajuda da tecnologia: o programa Fazenda Protegida, desenvolvido em parceria com o Sindicato Rural.
O programa funciona com aparelhos capazes de enviar um pedido de socorro a uma rede de amigos cadastrada pelo produtor rural. A ideia é que o sistema seja acionado ainda durante o assalto para que a polícia não perca tempo. Ao ser acionado, o equipamento envia uma mensagem de texto para a rede de confiança da vítima e também para a polícia.
O sistema foi disponibilizado há poucas semanas, mas das quase 3 mil fazendas de Uberaba, apenas 40 resolveram apostar. É que apesar da parceria com a Polícia Militar, o sistema é mantido por uma empresa particular.
Para o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Romeu Borges, o investimento vale a pena. “Quando a propriedade é assaltada, a polícia só chega muito tempo depois e não consegue realizar o flagrante”, diz.
Um produtor rural que prefere não se identificar, resolveu apostar na novidade depois de ser assaltado duas vezes só esse ano. Por enquanto, acionou o sistema apenas para testes e espera que continue assim. “Até o momento tivemos sucesso e espero não precisar usar, mas só de ter, já temos uma certa utilidade”, diz.
O aparelho tem mais de um modelo, para dificultar a identificação pelos criminosos. A polícia está otimista com o novo sistema, porque precisa monitorar quase 10 mil quilômetros de estradas rurais só na região de Uberaba.
Por: Mário Sérgio Santos
Fonte: Globo Rural