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Superagro 2013 – Bois e vacas na pista

Bovinos de elite voltados para corte e para a produção de leite vão participar da exposição

A 53ª Exposição Estadual Agropecuária é um dos grandes destaques da Superagro. Na pista estarão exemplares de raças produtoras de leite, como o gado girolando, que produz 80% da bebida consumida pelo brasileiro. Embalado pelo crescimento do consumo e da demanda do mercado interno, os produtores de leite saíram do pior dos mundos, enfrentado no ano passado, com queda no preço do produto e aumento do valor dos insumos, para enfrentar um cenário de mercado firme. Em maio o preço do litro do leite pago ao produtor atingiu R$ 1,10 (litro), superior à média nacional, de R$ 0,94.

Os insumos, que junto com a mão de obra somam 50% do custo da produção, também pressionam menos com a boa expectativa de safra para o milho e soja. “Grandes produtores, como os Estados Unidos e Europa, não vão aumentar sua produção este ano, nem em 1%”, diz Rodrigo Alvim, pecuarista na Zona da Mata e presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg). Segundo ele, o cenário para o produtor em 2013, até o momento, é de mercado firme.

Grande expressão da pecuária de corte, as raças zebuínas serão estrelas da feira. Criador na região de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Rivaldo Borges Júnior diz que a Superagro é uma oportunidade de realizar negócios e compartilhar novidades. Segundo ele, o melhoramento genético da raça é um grande destaque e já reduziu em um ano o tempo de abate do animal na última década. Segundo o criador, há 10 anos o tempo para abate de um boi variava entre 3,5 anos e 4 anos. “Hoje já é possível chegar ao resultado esperado entre dois anos e meio e três anos.”

A Superagro é realizada pelo governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Sebrae-MG.

Pequenos de peso

Em Minas Gerais os pequenos proprietários rurais estão à frente de 80% dos estabelecimentos do estado, que desenvolvem a agricultura familiar. A produção é responsável por abastecer 70% dos alimentos que compõem a cesta básica dos brasileiros, de mandioca, milho e ovos até hortifrutigranjeiros. Na Vila da Agricultura Familiar, montada na Superagro, 81 agricultores vão mostrar sua produção em estandes de queijos artesanais, produtos orgânicos, artesanato e tendas com produção agrícola variada.

“Teremos também 16 estandes com produtos da agroindústria familiar”, explica Ignês Figueiredo Matias, coordenadora da Vila da Agricultura Familiar. Segundo ela, a produção do setor foi alavancada pela Lei 19.476/2011, que possibilitou o registro dos produtos da pequena agroindústria no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), legalizando o comércio.

Esse é o caso da produtora Lara Dias, de Itapecirica, no Centro-Oeste de Minas. Ela vai mostrar na Superagro a sua produção de iogurtes de leite de ovelha com polpa natural de frutas. Lara conseguiu recentemente registrar o seu produto no IMA, o que lhe permite comercializá-lo dentro das normas sanitárias para supermercados e comércio em geral. “Já estamos vendendo o iogurte na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O próximo passo é levá-lo para os supermercados.”

A produtora rural tem um plantel de 100 ovelhas e fabrica 25 litros de iogurte por dia. A criação começou em 2010, em uma propriedade rural de nove hectares. “Meu sócio, André Dias Cândido, é o responsável pela parte de sanidade do rebanho e eu cuido do laticínio”, explica.

Até o ano que vem o pequeno negócio familiar vai dar um salto. Lara e André estão investindo no melhoramento genético do rebanho. “Em 2014 pretendemos reduzir o plantel para 90 ovelhas, aumentando a produção, que hoje é de 10 litros dia, para 30 litros/dia.”

O negócio está criando também uma rede no entorno das ovelhas. Alguns animais são destinados ao abate e para isso a família abriu um pequeno bistrô, que funciona nos fins de semana, em Itapecerica, e já existem estudos para montar também uma pousada. “Estamos caminhando devagar. Hoje o negócio já se sustenta e há boas expectativas para crescer”, diz Lara, que deixou em Belo Horizonte a profissão de psicóloga para se dedicar à criação de ovelhas na zona rural de Itapecerica. (MC)

Por: Marinella Castro
Fonte: Jornal Estado de Minas
Publicação: 27/05/2013

 

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