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Suinocultura – Pacote contra a crise

Criadores recebem medidas de socorro do governo para enfrentar defasagem no preço dos suínos. Linha de crédito de R$ 200 milhões com taxa fixa de 5,5% ao ano é um dos destaques

Paula Takahashi

O governo federal anunciou uma série de medidas para tentar amenizar as perdas da suinocultura brasileira, que hoje vive um dos seus piores momentos. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os produtores amargam prejuízo de cerca de R$ 0,90 por quilo do animal vivo vendido, já que os custos chegam a R$ 2,50, contra remuneração de R$ 1,60. Entre as ações de auxílio ao setor, está a liberação de uma Linha Especial de Crédito (LEC) de R$ 200 milhões para produtores, agroindústrias, cooperativas e varejistas a uma taxa fixa de 5,5% ao ano. “O limite pedido pelo setor foi de R$ 20 milhões por demandante (produtor ou agroindústria), mas o governo autorizou R$ 40 milhões”, afirmou o secretário de Política Agrícola, Caio Rocha.

As dívidas de custeio contraídas pelos suinocultores com vencimento ou já vencidas este ano serão prorrogadas para janeiro de 2013, também com juros anuais de 5,5%. As parcelas de investimento, por sua vez, serão adiadas por um ano depois do vencimento da última mensalidade. A linha de crédito para retenção de matrizes por produtores independentes, prevista no Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, só será alterada se houver demanda. O valor limite previsto continua sendo de R$ 1,2 milhão por produtor, podendo chegar a R$ 2 milhões, com o prazo de pagamento mantido em até dois anos e juros de 5,5% ao ano.

Para o vice-presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, as medidas, porém, não resolvem os problemas do setor. Em encontro com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, na semana passada, outras reivindicações foram apresentadas para garantir maior fôlego para a produção. “Pedimos a elevação do limite de crédito para retenção de matrizes. Hoje é de R$ 280 e esperamos que seja elevado para R$ 500”, afirma.

Outra possibilidade apontada é o fornecimento de milho subsidiado por parte do governo. “Até 14 toneladas fornecidas, o custo seria de R$ 18 a saca de 60 quilos. Entre 15 e 27 toneladas, pularia para R$ 21, chegando a R$ 24 no caso de estar entre 28 e 54 toneladas”, explica José Arnaldo. O grão viria dos estoques reguladores mantidos pelo governo.

A garantia de preço mínimo ao produtor por meio de operações do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) também não é descartada. Dependendo da reação do mercado, o governo também prevê a definição de o preço referência da carne suína em caráter excepcional (até 28 de dezembro) para as operações de subvenção de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) no valor de R$ 2,30/kg de animal vivo. A medida valeria para mercadoria originária da Região Sul e com limite de 50 mil toneladas para cooperativas e agroindústrias que adquiram o produto diretamente dos produtores independentes.

“Vamos nos reunir com o governo nesta semana, quando teremos notícias mais concretas das recentes reivindicações”, afirma José Arnaldo. A compra de carne por parte do ministro da Agricultura, o que poderia ajudar a elevar o preço do mercado, não é cogitada pela Asemg. “Por enquanto não há viabilidade diante da falta de local para armazenagem”, avalia José Arnaldo.

Fonte: Jornal Estado de Minas
Caderno Agropecuário
Publicado em: 16/07/2012

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