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SP: Pequenos agricultores procuram assessoria e mudas para o plantio

A instalação da empresa processadora aumentou o interesse dos pequenos produtores, constata o agrônomo Wanderlei Dias. “Aumentou a procura por mudas e pela assessoria da Casa da Agricultura. Acredito que vai dobrar a área plantada. Vai saltar de 70 hectares para 150 ha, em um ano. É uma cultura bem cara para instalar. Gasta-se de R$ 8 mil a R$ 10 mil por hectare, entre adubo, madeira, arame, palanques etc.”

A boa notícia é de que com a primeira safra o produtor recupera os gasto. “Para isso é preciso ser bem profissional. A Casa da Agricultura dá assessoria. Nós vamos lá e explicamos cada fase. Tem a condução da cultura que precisa técnica, a colheita demanda menos gente do que para a polinização, mas é o homem que colhe. A fruta cai no chão.”

O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Maurício Lima Verde, acredita que a instalação da empresa vai incentivar a produção de frutas na região. “Quando uma agroindústria instala na região podemos esperar que ela precise de matéria prima a menos de 200 quilômetros de distância, caso contrário não compensa, porque o transporte é caro.”

Outro item que ele ressalta é que se a empresa for de grande porte, ela até financia o plantio. “Para plantar tem que ter financiamento. Muitas vezes a processadora já tem os contatos e facilita isso ao pequeno produtor. É interesse dela porque sem a fruta ela não tem como funcionar.”

O problema da fruticultura, na opinião dele, é que o mercado é instável. “O preço sobe e desce. Se tem uma agroindústria é mais fácil vender o produto. Produzir é mais fácil do que comercializar. Se o produtor tem segurança, ele produz.”

Pedro Luiz Krusicki produz maracujá há 10 anos em uma propriedade rural de Garça. Tem também uma plantação de café. Na opinião dele, a instalação de uma indústria de processamento de frutas vai incentivar outros produtores rurais ao cultivo focado. “Garça é o município de maior produção de café do Brasil, individualmente falando. O grande problema é a monocultura, porque ficamos nas mãos de grandes empresas, multinacionais e bolsa de valores extremamente manipulada, dentre outras coisas.”

Na opinião dele, a diversificação da cultura é uma maneira de sobreviver trabalhando na terra. “Se não diversificar, não vai sobreviver. Eu tenho café, mas o mercado nem sempre é bom. Os pequenos agricultores que têm café, agora vão plantar frutas também.”

Ele acha que, quanto mais indústrias de processamento de frutas tiver, melhor será para o produtor. “O mercado quer frutas bonitas, porque a compra é feita com os olhos. O maracujá que o passarinho bicou, que ficou no sol ou que está pequeno, eles não compram. Esse produto é o que a indústria quer. Eles compram. Isso dá uma segurança para quem planta.”

Krusicki diz que tem três mil pés de maracujá azedo plantado. “Estou plantando 4.500 pés, dá trabalho na polinização e no controle de doenças. É necessário ter muito controle, porque a fruta é atacada pela virose por ácaros e outras.”

 

Por: Rita de Cássia Cornélio

Fonte: JCnet

 

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