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SP: Estado lança primeira etapa da vacinação contra febre aftosa 2016 na Agrishow

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo anunciou hoje (29), as medidas da campanha para vacinação contra a febre aftosa de 2016, tendo como foco obter o reconhecimento do status de livre da doença sem vacinação até 2020, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). As medidas adotadas estão em consonância com as definições da 43ª Reunião Ordinária da Comissão Sulamericana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), realizada no mês de abril, em Recife, que reuniu 350 profissionais e representantes do setor privado da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai.

A Pasta, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), iniciou a aplicação de estudo epidemiológico, desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), nos plantéis paulistas, para identificar as áreas de risco de incidência da doença e definir estratégias em preparação para a retirada da vacinação contra a febre aftosa.

“Com a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, temos condições de analisar uma série histórica e fazer o reconhecimento das áreas de risco. Temos a influência dos animais vindos de outros Estados e que repõem o plantel paulista, portanto, é preciso fazer essa identificação para depois avançarmos na mitigação”, observou o coordenador da CDA, Fernando Gomes Buchala.

De acordo com o coordenador, o controle também é feito por meio de estudos da atividade viral, na qual se colhe a amostra de sangue dos rebanhos, para avaliar a presença de vírus circulante e de estudo de eficiência da vacinação. “Não importa apenas a etapa de vacinação, mas sim a boa imunização, por isso ampliamos o número de vacinações assistidas por meio de boas práticas de qualidade e conservação das vacinas, buscando saber se o plantel está devidamente imunizado”, disse.

O evento lançou oficialmente a primeira etapa da vacinação de 2016, que deverá ser aplicada de 1º a 30 de maio em cerca de 4,5 milhões de bovídeos de até 24 meses. Os produtores deverão declarar a vacinação até o dia 7 de junho, de forma online ou presencial, junto às unidades de Defesa Agropecuária (EDA). “Aqueles que não vacinarem os animais no prazo terão as propriedades interditadas, para efeito de movimentação de animais, entrega de leite, produtos e subprodutos, e deverão vacinar o rebanho de forma compulsória. Além disso, receberão auto de infração no valor de 5 Ufesp por animal não vacinado e 3 Ufesp por animal não declarado”, explicou Buchala.

O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim ressaltou que “o Estado de São Paulo tem hoje 4% do rebanho nacional, mas é responsável por 24% dos abates de todo o País, o que representa uma grande migração de animais para terminação e abate. É uma fonte delicada para o Estado paulista se não houver garantias de controle de possíveis focos da aftosa. Para que o Estado possa obter êxito no processo, é necessário o fortalecimento prévio de atividades em defesa sanitária animal”.

“Nos inquéritos realizados sabemos que o agente não está mais presente nas propriedades, mas tomamos o cuidado para reconhecer por onde entram os animais, para direcionar as operações nas áreas de maior risco e promover a retirada gradativa da vacinação nas áreas que apresentam menor risco”, pontuou Buchala.

Entre as ações anunciadas pela Secretaria estão:
– Incremento da quantidade de vacinações assistidas contra a febre aftosa, especialmente nas propriedades de maior risco e nas propriedades com rebanho inferior a 50 cabeças (em acordo com considerações do relatório final do monitoramento sorológico para avaliação da eficiência da vacinação, elaborado pelo Mapa;

– Identificação e cadastramento das propriedades de maior risco para a febre aftosa;

– Vigilância ativa para a febre aftosa em número significativo de propriedades rurais, especialmente naquelas consideradas de maior risco;

– Intensificar as fiscalizações de trânsito de animais e produtos de origem animal, com barreiras fixas (principalmente em divisas estaduais) e fiscalizações volantes;

– Treinamento (teórico e prático) do corpo técnico e preparação para que possíveis focos sejam erradicados no menor tempo possível, com menor número de animais acometidos, menor impacto financeiro e recuperação do “status” de livre o quanto antes;

– Estímulo à participação comunitária na defesa sanitária animal.

Perspectivas 2016 a 2020 – Retirada gradativa
– Viabilizar a retirada da vacinação obrigatória.

– Identificar e cadastrar todas as propriedades de maior risco para a Febre Aftosa;

– Estruturar do Setor de Epidemiologia Veterinária;

– Incrementar a vigilância passiva por meio de medidas de Educação Sanitária;

– Realizar auditorias internas constantes para acompanhamento das atividades realizadas pelas unidades da Defesa Agropecuária.

Histórico da vacinação
O combate à febre aftosa no Estado de São Paulo teve início na década de 70 e, a partir de 1992, a Secretaria, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária, passou a adotar medidas para a erradicação da doença, que resultaram, no ano de 2000, no reconhecimento internacional de Estado livre da febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Último foco de febre aftosa registrado no Estado foi em março de 1996.

Ausência de circulação viral, comprovada por meio dos inquéritos realizados (últimos estudos feitos nos anos de 2006, 2008, 2010 e 2014). Boa cobertura imunitária, de acordo com os estudos de eficiência da vacinação realizados nos anos de 2005, 2008, 2010 e 2014;

Dados da Secretaria mostram que na etapa de maio de 2015, foram 4.173.816 bovídeos vacinados na faixa etária de zero a 24 meses, o que representou 99,43% dos 4.197.814 animais envolvidos. Na etapa de novembro de 2015, foram 10.280.723 bovídeos vacinados, o que representou 99,03% dos 10.380.723 animais envolvidos (todo o rebanho, exceto animais destinados ao abate dentro da etapa e até 60 dias após o encerramento).

Durante as campanhas, são realizadas vacinações assistidas pela equipe da Defesa Agropecuária, sendo 1.138 bovídeos na etapa de maio e 1.155 na etapa de novembro. Na vigilância ativa foram fiscalizadas 1.705 propriedades em 2015.

Editor RuralSoft

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