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Soja/MT: Vendas seguem reduzidas

Apesar da alta do dólar, registrada de setembro para cá, comercialização da nova safra segue aquém do esperado 

Pouco mais de 45% da nova safra mato-grossense de soja estão comercializadas de forma antecipada no Estado. Mesmo com a colheita do ciclo 2014/15 em andamento, a movimentação de compra e venda segue aquém do esperado. Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2013 o volume negociado somava 55% da estimativa de produção na virada do ano. A projeção do órgão é de que a safra atual renda 27,89 milhões de toneladas, 6% a mais que a anterior. 

Como observa o Imea, o ritmo de vendas de uma acelerada em dezembro, mas não sendo suficiente para empatar com o percentual de igual momento de 2013, por exemplo, quando mais de metade da safra estava vendida. Como mostra ainda o Imea, essa elevação foi motivada pela alta do dólar. Mesmo aquém do esperado, dezembro registrou o maior volume de toneladas comercializadas em 2014, desde que a movimentação teve início, ainda em junho. 

Somente em dezembro foram negociadas 3,23 milhões de toneladas no mercado futuro, e apesar do volume recorde para o ano, 2014 fechou em defasagem, na comparação com 2013, destaca o Imea. “A queda dos preços internacionais e as incertezas que rodeavam o mercado cambial, foram fatores que influenciaram fortemente para que os agentes do mercado ficassem receosos em realizar as negociações inicialmente. Por causa da alta forte e contínua da taxa de câmbio de setembro para cá, o preço da soja andou no sentido contrário à tendência daquele período, de forma que os produtores voltaram a realizar os contratos para assegurar o fechamento dos custos da safra 14/15. Há expectativa de que o dólar siga elevado em 2015”, apontam os analistas. Como destacam ainda, caso esse cenário de valorização do dólar sobre o real se confirme, seria um bom fator para estimular a comercialização neste ano a um preço mais remunerador do que se visualizou para a safra 2014/15. Atualmente, o preço futuro para contratos de entrega de soja em março, negociação mais comum no Estado, é de cerca de US$ 10,25/US$ 10,30 bushel – padrão de medida norte-americano que equivale a 27 quilos. Ontem, com a divulgação de dados do mercado da soja pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), há previsões de que o mercado vá acima de US$ 11/bushel, a partir de fevereiro. 

Conforme dados da consultoria AgRural, apesar do atraso em relação ao ano passado, Mato Grosso é ainda o Estado com menor déficit na comparação anual. Conforme a AgRural, o volume de contratos futuros compreende 43% da estimativa de produção. Em Sorriso, no médio norte, e em Querência, no leste, lotes com entrega em janeiro saíram por R$ 52. Também para janeiro, a saca rodou a R$ 57 em Campo Verde, no sul, e a R$ 54 em Diamantino, no oeste. As cotações estão bastante diferentes do que se via até outubro, com a saca sinalizada na casa dos R$ 40 para o produtor. 

SAFRA BRASIL – Ainda segundo a AgRural, a comercialização da safra brasileira 2014/15 de soja evoluiu cinco pontos percentuais em dezembro, terminando o mês em 31% da produção total estimada pela AgRural, que é de 94,9 milhões de toneladas. Um ano antes, 43% da safra 2013/14 estavam vendidos. 

“Apesar do ganho de ritmo no último trimestre de 2014, o atraso em relação à safra passada persiste porque o início da comercialização da soja 2014/15 foi lento devido aos preços pouco atraentes. A reação das cotações na Bolsa de Chicago a partir de outubro, a alta do dólar diante do real, o atraso no plantio e a consequente expectativa de pouca soja disponível em janeiro deram suporte aos preços domésticos e favoreceram a comercialização nos três últimos meses de 2014”. 

O Centro-Oeste, que concentra a maior produção do grão no país, terminou o ano com 38% de sua safra negociada, contra 32% no final de novembro e 51% um ano antes. 

 

Por: MARIANNA PERES 

Fonte: Diário de Cuiabá

 

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