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Situação do frango é reflexo da produção de pintos de corte de outubro

Os números oficiais relativos à produção de pintos de corte de outubro de 2014 não só confirmaram o que vinha sendo previsto, como também superaram o que era esperado. E se não são totalmente responsáveis pelo problema, ajudam a explicar a atual situação do frango (vivo e abatido) no mercado interno.

Na melhor das hipóteses (vide: “Pintos de corte: novo recorde em outubro?”), a produção do décimo mês do ano deveria ter chegado a pouco mais de 550 milhões de cabeças. Assim, apenas se igualaria ao recorde mantido desde dezembro de 2011, quando o total produzido ficou em 550,2 milhões de pintos de corte.

Porém, o volume efetivamente alcançado superou todas as projeções, visto – conforme a APINCO – ter se aproximado dos 568,2 milhões de cabeças. E isto, além de representar aumento de quase 7% sobre o mês anterior ou sobre o mesmo mês do ano passado, correspondeu a um “extra” de 18 milhões de cabeças acima do que vinha sendo previsto.

É óbvio que grande parte desse aumento objetivava o consumo das Festas, equívoco que o setor comete há algum tempo, pois frango é, na atualidade, prato do dia a dia, não de ocasiões festivas (até porque, para tais ocasiões, há outras carnes concorrentes, inclusive avícolas). 

Mas tudo indica que grande parcela da produção adicional de pintos de corte de outubro objetivava, também, atender o mercado externo, especialmente a Rússia, saudada como nova “grande compradora” do frango brasileiro.

Não deu muito certo porque, depois de superarem as 33 mil toneladas em outubro, os embarques para a Rússia retrocederam para 25 mil toneladas em novembro (mais de um quarto a menos), enquanto o volume global exportado pelo Brasil retrocedeu perto de 10%.

Aumento de (pelo menos) 7% na produção + queda de (quase) 10% na exportação + consumo senão em queda, pelo menos estável. Igual ao quê? Só podia redundar no retrocesso de preços atual. Que, ressalte-se, está circunscrito à produção (ave viva e abatida), não alcançando o consumidor.

Na tentativa de demonstrar o quanto representou a produção de pintos de corte de outubro no atual quadro de oferta de frangos, o gráfico abaixo reproduz por quinzena (ainda que aproximadamente) a evolução da oferta média diária de aves vivas nos 12 meses de 2014. E mostra que o ápice de oferta ocorre exatamente agora, ou seja, nos 30 dias decorridos entre a segunda quinzena de novembro e a primeira quinzena de dezembro.

De acordo com fontes de mercado, a produção de pintos de novembro último teria retornado aos níveis registrados nos meses de abril e junho (também com 30 dias), ocasião em que o volume produzido ficou em torno dos 500 milhões de cabeças. Se isso de fato ocorreu, nos próximos dias a oferta diária de frangos passará a registrar forte retrocesso. Pode ser o princípio da aguardada reversão de mercado.

 

Fonte: Avisite

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