Notícias

Setor de flores escapa da crise e cresce 6% ao ano

Domingo que vem termina a Expoflora, principal exposição de flores e  do país, organizada por produtores de Holambra (SP).

No mundo das flores, a beleza é fundamental, mas para fazer sucesso como produto comercial é preciso mais, muito mais. Para mostrar aos consumidores as novidades do setor, os produtores de flores de Holambra criaram a Expoflora.

Entre os lançamentos deste ano, estão violetas com muitas pétalas, um crisântemo diferente e um antúrio bicolor.

A “maria-sem-vergonha”, também conhecida como “beijo”, tem o nome científico inpathiens. È uma planta que tradicionalmente só vai bem na sombra, mas com bastante investimento em genética, os japoneses conseguiram desenvolver uma planta igual, que cresce muito bem no sol. Por isso, a nova variedade foi batizada de “sunpathiens”. Em inglês, “sun” quer dizer sol.

Um dos responsáveis pela introdução da planta no brasil foi o jovem produtor Jean Ferreira. “Quanto mais sol para ela é melhor. Porque ela fica mais tempo florida e as flores duram mais”, conta ele.

Jean diz que é preciso uma dose de coragem e paciência para colocar um novo produto no mercado. “Dois anos foram só de pesquisa para saber qual a maneira melhor de comercializar ela aqui no Brasil. A melhor maneira de divulgar, a produção também, porque é totalmente diferente da produção da outra. É um trabalho de formiguinha, que vai fazendo para divulgar o produto, mostrar que é um produto diferente das outras e agora que está começando a mostrar o resultado”.

Em 2016, a produção do Jean registrou um crescimento muito expressivo. “Esse ano a gente está com um crescimento de 15% acima do ano passado. Esse mês foram 25%. Crise passou longe para a gente, graças a deus”.

Faz tempo que o mercado de flores e plantas ornamentais ganha espaço no Brasil. Até 2013, o crescimento anual girava em torno de 12% ano. Com a crise econômica caiu um pouco, mas não parou. Em 2014, o setor faturou R$ 5,7 bilhões e em 2015, foram R$ 6,2 bilhões.

Este ano, a previsão é de mais crescimento, como explica Kees Schomaker, presidente do Ibraflor, Instituto Brasileiro de Floricultura. “A nossa previsão é de um crescimento entre 6% e 8% e, claro, que tem diferença entre um produto e outro, mas devemos chegar em 7%”.

O setor já emprega quase 200 mil trabalhadores e que o crescimento do mercado se deve a vários fatores. “Nos últimos anos a gente conseguiu melhorar muito a qualidade e durabilidade do produto. Qualquer produto dura mais do que sete dias. Tem produto para cada bolso, tem desde R$ 5 até R$ 150, por assim dizer”, explica ele.

Para ter preço e durabilidade, os agricultores investem em tecnologia. Na região de Holambra, as estufas já fazem até parte da paisagem. Na região há quase 500 produtores, que respondem por 40% das flores e plantas ornamentais comercializadas no Brasil. São mais de 300 espécies e 3500 variedades diferentes.

A principal ferramenta de trabalho de quem produz flor é mesmo a genética. Em uma das propriedades, 96 mil vasinhos de antúrio ficam em uma estufa de um hectare. O investimento em genética e tecnologia faz com que, além de belas, as plantas fiquem bem padronizadas.

Fazendo cruzamentos e selecionando as melhores plantas, se consegue variabilidade. Flores com formas, tamanhos e cores diferentes.

Hoje, o cultivo de flores é globalizado. A maior parte do material genético usado no Brasil vêm de países da Europa e dos Estados Unidos. Para conseguir uma nova variedade leva tempo, como explica Maritha Domhof, produtora de crisântemos. “Cada variedade desenvolvida leva de cinco a seis anos. Primeiro na empresa de genética, que vai desenvolvendo novas variedades. Dali, achando que está pronta uma variedade, encaminham para empresa de mudas. Depois disso, a variedade vem para nós produtores. Nós testamos e são descartadas algumas variedades e outras são aprovadas. E dali ainda falta o mercado aprovar a nova variedade. Então, demora muito tempo e custa muito esforço e muitas pessoas envolvidas”.

Com qualidade, variedade e um bom atendimento ao cliente, os produtores de Holambra apostam que o mercado de flores e plantas ornamentais vai continuar crescendo. “Assim que a economia melhorar, nosso setor vai crescer mais rápido. Vai voltar a crescer o que estava crescendo no passado, entre 12% e 16% ao ano. Esse produto traz felicidade, um bem-estar. Então, as pessoas com essa crise querem se sentir bem. Então, acho que a tendência é de comprar, continuar comprando flores e plantas”.

Clique aqui para Comentar

Você precisa fazer o login para publicar um comentário. Logar

Deixe sua Resposta

Mais Lidas

Topo