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Semeadura de algodão chega a metade da área estimada, diz Imea

Mesmo com os baixos preços da pluma, produtores estão otimistas.

A região já semeou mais de 60% da área de algodão desta safra.

Na região Sudeste de Mato Grosso, a preparação para a semeadura de algodão já começou e alcançou 64,4% nesta semana. No estado, a semeadura chegou a 49,4%, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), e a área total a ser semeada nesta safra deve ser de 568,4 mil hectares, cerca de 12% menor que na safra passada.

Apesar de as projeções não serem tão animadoras para a nova safra, principalmente pela desvalorização do algodão no mercado internacional, tem produtor que não quis nem saber de reduzir a área plantada.

Na propriedade de Dirceu Mendes, serão semeados mil hectares com a cultura, mesma área da safra passada. Os trabalhos no campo começaram em dezembro e já avançaram por 200 hectares. A semeadura ocorre ao mesmo tempo em que a lavoura de soja é colhida.Segundo ele, quando a soja é colhida, logo tem que se semear o algodão, porque a janela de chuva é estreita. “Precisamos que esse algodão receba chuva em maio. Então não podemos atrasar, porque se não vem as chuvas e cada dia é uma perda”, comenta.

Mesmo com a queda na área plantada com a pluma nesta safra no estado, Mendes não quis alterar sua área cultivada. A preocupação é com o mercado. A pluma está desvalorizada e as vendas paradas. “Estamos plantando algodão porque somos produtores, cotonicultores, temos muito maquinário e não podemos parar, mas dizer para você que este é o ano, de jeito nenhum”, comenta.

Como notou que o ano não seria perfeito para vender algodão em função do preço,  o produtor fez as compras dos insumos via troca de pluma, então esse volume considera vendido. O restante da lavoura ainda não foi vendido e, em sua opinião, nem é o momento de se trabalhar venda. “Nós estamos com o mercado internacional muito ruim e uma virada de ano não é o momento de se trabalhar essa venda, então estamos com o mercado internacional muito ruim”, analisa.Em outra propriedade da região, o plantio do algodão começou no dia 10 de janeiro e, neste ano, a expectativa de produtividade do produtor é de colher até 10% a mais da produção por hectare registrada na última safra. Isto é, até 120 arrobas de pluma por hectare. Por isso as máquinas já correm contra o tempo para que todo esse trabalho nos 800 hectares totais, mesma área da safra passada, seja finalizado até a primeira semana de fevereiro.

Para o engenheiro agrônomo Silvio Reino, a expectativa é boa, de uma maneira geral, apesar de o mercado ter dado uma retroagida no preço da pluma. “Nós não temos assim uma outra alternativa de momento que venha a dar um resultado como o algodão está dando nos últimos anos”, afirma.

Apesar da preocupação com os baixos preços pagos pela pluma, a esperança do agrônomo é de que as cotações reajam lá na frente. “Estamos aí com excedente de pluma no mundo, consequentemente, o preço deu uma retroagida aqui no Brasil, mas isso não nos desanima. Acho que, para o segundo semestre, os preços devem voltar a subir novamente e a expectativa de uma maneira geral é muito boa”, diz Reino.

 

Fonte: G1 – MT

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