Com as chuvas escassas, as árvores têm poucas flores.
Sem néctar, enxames ficam desequilibrados e migram para sobrevivência. A produção de mel está menor este ano no Ceará, mais uma consequência da falta de chuvas regulares. A seca prolongada e o calor provocam a migração dos enxames e causam prejuízos.
No distrito de Horizonte, a 50 quilômetros de Fortaleza, a estiagem prolongada compromete a produção de mel.
Segundo os criadores, a última safra boa foi em 2009. Na época, cada colmeia produziu, em média, 30 quilos de mel, enquanto este ano, com as chuvas escassas, as árvores têm poucas flores. Sem néctar suficiente, os enxames ficam com a população desequilibrada e migram como estratégia de sobrevivência.
Com o abandono das colmeias por causa da seca e do calor, o favo fica incompleto e cheio de traças, sinal de prejuízo para o apicultor, que já enfrenta essa mesma situação há três anos. “Até dois anos, a gente consegue se preparar porque guardamos algum recurso, mas depois disso, fica inviável”, explica o apicultor Manoel da Silva.
Quase sempre, José da Silva trabalha sozinho porque não tem mais dinheiro para contratar ajudantes. As abelhas dele estão produzindo pouco mel, um favo cheio está difícil de se ver.
O mel produzido no Ceará é orgânico. Retirado da caatinga, não tem contato com agrotóxicos.
O preço médio é de R$ 12 o quilo, mas com pouco produto, os decantadores já estão secos e está difícil atender aos pedidos. Por causa da redução na renda, muitos produtores contam que estão atrasando o pagamento de parcelas de financiamentos feitos nas propriedades.
Por: Jorge Talmon
Fonte: Globo Rural
