Apesar da seca, produtores dizem que elas estão mais saborosas.
A falta de chuva faz o açúcar ficar mais concentrado.
A falta de chuva prejudicou a produção de uva, figo e ameixa no estado de São Paulo, mas os agricultores garantem: as frutas vão agradar os consumidores nas festas de fim de ano. Aroldo Lacarini é da terceira geração de uma família de agricultores. Ele passa o ano à espera do natal, mas desta vez está preocupado. “Tem plantação que está muito pequena, não cresceu os galhos, a produtividade vai ser bem menor. Tem lugares que vai dar uma quebra de 30%”, conta.
A falta de chuva afetou também quem investiu em irrigação, já que os reservatórios também secaram. Sem água, nem adianta adubar. “Você jogar o adubo em uma planta que está sob estresse hídrico, ela não vai ter efeito nenhum. Às vezes pode ser até pior, porque a água dissolve o adubo para penetrar na terra”, explica o engenheiro agrônomo Henrique Conti.
Se por um lado a estiagem fez as plantas crescerem menos, por outro as frutas estão mais saborosos. O produtor explica que a falta de água faz o açúcar ficar mais concentrado. Foi assim com o figo e com a uva.
A região de Vinhedo, no interior de São Paulo, é uma das maiores produtoras da variedade niágara do país e o agricultor garante: nos últimos 10 anos, o fruto nunca esteve tão doce, como está agora.
Em outro pomar, a produção de uvas caiu 20% por causa da estiagem, mas as poucas chuvas que caíram no fim de novembro permitiram o crescimento dos cachos. Agora, os 50 mil pés de uva niágara estão no ponto ideal de colheita.
A ameixa também ficou mais saborosa com a falta de chuvas. Ela está menor, só que mais doce. O produtor Cláudio Milani calcula que vai receber R$ 4 pelo quilo da fruta. Praticamente o mesmo valor de 2013. “A gente iniciou a safra com preços iguais aos do ano passado e não tá tão bom, porque subiu as embalagens, adubo, inseticidas, enfim, acaba diminuindo a margem”.
Por: Helen Sacconi
Fonte: Globo Rural
