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Saída de Dilma significa reversão de expectativas em relação ao Brasil

O momento é de grande expectativa quanto ao futuro da economia brasileira, que vem sofrendo uma queda vertiginosa em todos os seus indicadores nos últimos meses. Especialmente em relação ao agronegócio – principal ponto positivo na balança comercial do País – a projeção geral dos especialistas é de retomada do otimismo e dos investimentos perdidos em meio à crise político-institucional.
“A saída de Dilma Rousseff do governo federal, e a consequente entrada de Michel Temer, significa uma reversão de expectativas em relação ao Brasil. Pelo menos, o mundo estará atento, e com um viés positivo, para o que vier a ser feito”, avalia o economista Gustavo Grisa, sócio-diretor da Agência Futuro.
De acordo com ele, “os desafios exigem posicionamentos firmes e relativamente rápidos, pois a mesma mídia internacional e os mercados, que estão dando um voto de confiança a Michel Temer, vão aguardar para ver a postura deste novo governo diante dos desafios econômicos e do legado de desorganização generalizada do Estado brasileiro”.
No entanto, o economista manifesta preocupações quanto a “qualidade do ministério do governo Temer, que com a exceção de alguns ministros, tem um perfil mais político e fisiológico. Há dúvida se terão capacidade de levar adiante uma agenda de reformas, que vise o desmonte de um Estado fisiológico e que gasta muito mais do que deveria. O perfil do ministério causa preocupações se o presidente Temer poderá levar adiante uma agenda reformista, ou se teremos mais do mesmo, com um pouco mais de confiança na economia, e de firmeza nos mercados internacionais em relação à sinalização do que o governo fará”.
Talvez uma das poucas exceções positivas nesse sentido seja o senador Blairo Maggi, que se filiou recentemente ao PP do Mato Grosso. Empresário atuante do agronegócio (chegou a ser considerado o maior produtor de soja do Brasil), ele já foi selecionado para ocupar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Possui a confiança do setor rural e das principais entidades representativas.
“São nessas horas de crise que devemos nos apresentar Antes de ser convidado, pensei que, se nesse momento for convidado a prestar os meus serviços e conhecimentos para o Brasil sair da crise, estou à disposição […] Kátia Abreu fez avanços no Ministério, e espero aproveitar todos, continuar os trabalhos feitos”, afirmou Maggi.
Segundo o senador, sua prioridade no Ministério da Agricultura será “cuidar dos produtores agrícolas e não deixar esse setor, o mais importante da economia, que ainda está bem, cair numa descendente onde a crise e o desemprego imperam”.
O economista Gustavo Grisa conclui que “o próximo mês é de definição muito grande. Com certeza, o agora presidente Temer sabe o que deve ser feito. No entanto, a montagem de sua equipe leva a essa dúvida: se efetivamente terá condições de levar adiante as reformas e o quanto está, de fato, comprometido com a reforma”.

 

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