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RS: Santa Maria terá agroindústria de plantas condimentares

Em Santa Maria, na região Central, a Emater/RS-Ascar e a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Rural (SMDR) estão desenvolvendo um projeto de cultivo e agroindustrialização de plantas condimentares, em parceria com os produtores rurais da localidade de Alto das Palmeiras, no interior do município. 

Sete famílias dessa localidade produzem pimenta, manjericão, alecrim, canela doce, cravo da índia, pimenta da Jamaica, louro e orégano, este último o principal produto a ser cultivado no projeto. A produção visa atender o mercado local, visto que todo o condimento comercializado vem de fora do município. O dado foi apontado por uma pesquisa feita pela Emater/RS-Ascar e prefeitura.

A produção de plantas condimentares ou de temperos é uma alternativa inovadora para as pequenas e médias propriedades e, frente à realidade de Santa Maria, onde praticamente todos os condimentos vem de fora e até mesmo do exterior, a iniciativa torna-se interessante e promissora para os produtores?, diz o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, engenheiro agrônomo Francisco Alberto Traesel. 

Os produtores já estão discutindo as oportunidades e os problemas da cadeia produtiva, enfatizando as boas práticas agrícolas na produção para a obtenção de material de qualidade. Nesta terça-feira (06/01), houve o primeiro Dia de Campo do grupo, com a realização de palestras e visita às áreas iniciais de plantio, no Alto das Palmeiras. 

A primeira exposição foi feita pela professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Melânia Palermo Manfron, sobre plantas bioativas, cultivo, dessecação, estabilização e conservação de plantas. Melânia destacou a diferenciação das espécies e a identificação de cada uma delas. Conforme a professora, há possibilidade de criação imediata de um projeto paralelo com a própria UFSM, para a identificação das plantas produzidas pelo grupo, abrindo caminho para a emissão futura dos laudos de procedência dos cultivos. 

Após a apresentação da professora da UFSM, ocorreu a exposição do diretor executivo da Distribuidora de Temperos Amazonas, de Santa Maria, Thiago Tagliari, sobre comercialização e mercado de condimentos. O representante da empresa afirmou que tem interesse em comprar a produção das famílias produtoras de Santa Maria. ?Primeiramente para complementar a demanda já existente e, futuramente, passar a comprar a produção apenas dos produtores de Santa Maria?, afirmou Tagliari. Para exemplificar, o diretor citou o caso do orégano que, atualmente, é todo importado do Chile.

Projeto RS Biodiversidade 

A produção de plantas condimentares em Santa Maria foi incluída como subprojeto do Projeto RS Biodiversidade, executado pela Emater/RS-Ascar nas áreas do Bioma Pampa e da Mata Atlântica para a preservação dos recursos naturais. Desta forma, além de serem beneficiados com as mudas de plantas condimentares, os produtores receberam mudas de frutíferas, de plantas ornamentais e nativas para serem incorporadas ao cultivo principal, visando a sua integração aos objetivos de preservação ambiental do RS Biodiversidade.

Os equipamentos para a agroindústria também foram adquiridos com recursos do RS Biodiversidade, e a Prefeitura de Santa Maria cedeu o espaço físico para sua instalação, próximo a uma escola agrícola da localidade de Alto das Palmeiras. O prédio será concluído dentro de três meses e será destinado à secagem e embalagem de chás e ervas aromatizantes e condimentares, ocupando uma área construída de 54 m², com áreas de recepção, moagem, embalagem e expedição. O investimento total é de R$ 46 mil, oriundos do Projeto RS Biodiversidade.

A Emater/RS-Ascar promoverá junto aos produtores cursos de Boas Práticas de Fabricação e Boas Práticas de Higiene (BPF/BPH), o reconhecimento das plantas condimentares, as orientações de cultivo e orientação técnica para o comércio, capacitação para a produção e o associativismo, além da tecnologia para preparo e beneficiamento da comercialização, dentre outras ações para que o produtor possa produzir tais espécies em sua propriedade.

Silvana Rossi, que é uma das integrantes do projeto com plantas condimentares, destaca que vai ser um trabalho muito proveitoso, tanto no âmbito comercial quanto social. ?Tudo é difícil no início, mas esse projeto é uma porta aberta para nós trabalharmos com produtos ecológicos e sem aditivos químicos. Tenho uma boa expectativa em relação a esse trabalho, pois além do valor lucrativo, também será a oportunidade de valorizarmos a nossa produção?. 

A produtora Gládis Freitas também salienta a oportunidade comercial que esse projeto oferece, afirmando que ?a expectativa é formar com o grupo uma cooperativa e assim obter um ganho extra?.

Já a produtora Mara Janete Forgiatto afirma que é uma forma de valorizar mais a propriedade, agregando valor, bem-estar e também um amplo resgate da agricultura familiar. ?Por meio desse trabalho poderemos incentivar nossos filhos a se dedicarem à atividade da agricultura?, completou Mara Janete.

A produtora Helena Freitas também vê com bons olhos o projeto de plantas condimentares. ?Para mim, o objetivo desse trabalho é incentivar a gente a plantar mais mudas, efetuar o reflorestamento e também ter uma forma de melhorar a biodiversidade. Estou gostando muito de participar, pois com ele aprendemos muito?, afirma Helena.

 

Fonte: Emater – RS

 

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