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RS: Jornada Nespro debaterá futuro da pecuária

Não há mais volta. Os grãos avançam cada vez mais sobre áreas antes destinadas exclusivamente à pecuária bovina de corte no Estado. Para pesquisadores de Zootecnia, Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a nova realidade é uma janela de oportunidade, neste caso para assimilar know-how e profissionalismo que o setor de produção de grãos mostrou que tem. Como alcançar essa condição e o futuro da pecuária de corte neste cenário estarão em debate na IX Jornada Nespro Pecuária Agrícola, na próxima semana no Salão de Atos da Faculdade de Agronomia da Ufrgs.

Nos dias 25 e 26, o Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), que já tem produção científica reconhecida no País, reunirá especialistas da academia e de instituições de pesquisa, produtores de ponta, consultorias e representantes da indústria, principalmente à ligada a fatores de inovação e produtividade, para traçar o caminho da atividade. O veterinário e membro do Nespro Eduardo Antunes Dias destacou que a exigência de mercado e a demanda ascendente (mercado interno que busca qualidade da carcaça no Sul e novos destinos na exportação), vão aumentar. Dias afirmou que o futuro passa pela “intensificação” da bovinocultura de corte. “Vai sobreviver quem for profissional”, adverte o veterinário, com pós-doutorado em agronegócio.

A atividade terá de incorporar maior produtividade, tecnologias para reverter áreas degradadas, uso de pastagem e maior gestão sobre custos e rentabilidade. “Uso de confinamento passa a ser fundamental”, citou Dias. Com a entrada de culturas de verão, como soja na Metade Sul, território dominado pela pecuária, os pesquisadores apontam a alteração no ciclo de maior oferta de animais para abate. A programação da reprodução se ajusta a esse calendário. Hoje, a disponibilidade de bovinos se intensifica no outono, que marcava o ingresso na entressafra, lembrou o veterinário Matheus Dill, pós-doutor em zootecnia e também do Nespro.

A jornada abre com o desafio de traçar o futuro da produção. E a provocação colocará lado a lado universidades, instituições como Embrapa, produtores e indústria. Outra tradição do evento é ter uma edição no Interior, que terá a quinta interiorização da jornada em São Gabriel, prevista para 3 de outubro e com público cativo de produtores. Dill adianta que a programação, que atraiu 130 participantes em 2013, confrontará ainda mais o modelo de produção de grãos e o de carne. “Pecuária ou agricultura?” será o debate central. “Essa relação não precisa ser conflituosa, pode ser de muito aprendizado”, sugere Dill.

 

Por: Patricia Comunello

Fonte: Jornal do Comércio

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