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Redução da produção de cana causa demissões em usinas de SP

Cerca de cinco mil trabalhadores foram demitidos entre 2012 e 2014 em SP.

Quem arrendou a terra para as usinas também foi prejudicado. A colheita da cana terminou mais cedo em propriedades de Itapetininga, em São Paulo. A estiagem provocou a redução da produção e fez muitos trabalhadores perderem o emprego. O endividamento dos usineiros e a perda de competitividade do etanol diante da gasolina também contribuíram para agravar os problemas.

As áreas que antes tinham cana estão cobertas pela palha seca. A colheita, que geralmente vai até dezembro, terminou 90 dias antes do prazo na região sudoeste de São Paulo. A estiagem, que vem desde o início do ano, reduziu a produção em 40%. Com isso, os trabalhadores das usinas começaram a ser demitidos.

Uma mulher, que prefere não ser identificada, trabalhou mais de dois anos em uma usina em Itapetininga. Ela foi uma das centenas de funcionários demitidos pela empresa neste mês. “A gente chegou para trabalhar em um dia normal e já fomos barrados na portaria dizendo que era para ir direto para o RH”, conta.

Mas a estiagem foi apenas o estopim de uma crise que vem se instalando no setor sucroalcooleiro há pelo menos dois anos, segundo representantes das indústrias. O endividamento dos usineiros e a perda de competitividade do etanol diante da gasolina também contribuíram para agravar os problemas.

Para cooperativa que representa a categoria, aproximadamente cinco mil trabalhadores foram demitidos entre 2012 e 2014 no estado de São Paulo. Além dos funcionários, quem arrendou a terra para as usinas também foi prejudicado. Em Guareí, donos de propriedades querem entrar na Justiça.

“Eu vou ter que entrar com o advogado para ver se eu desfaço o contrato. Porque não é justo nós precisarmos do terreno. A nossa renda é essa e os caras deixam a gente na mão aqui”, reclama o agricultor Antônio de Barros.

O agricultor Domingos dos Prazeres, que arrendou um terreno de 20 hectares, está há um ano está sem receber da empresa. “Venceu a duplicata de seis meses. Eles não pagaram. Está mais seis meses de mensalidade atrasada. E eu preciso do dinheiro. Minha renda é só essa. Eu não tenho outra coisa. Meu sítio é pequeno”, diz.

A assessoria da usina disse por telefone que a empresa não irá se pronunciar sobre a reportagem. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores, nenhuma proposta de pagamento das verbas rescisórias dos 500 funcionários demitidos foi apresentada. Uma reunião, marcada para esta terça-feira (16) irá discutir o assunto.

 

Fonte: Globo Rural

rsuser

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