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Quanto o Brasil tem recebido pelo frango exportado para a Rússia

Jus esperneandi. A expressão latina não existe. Trata-se de jargão cunhado no meio jurídico para lembrar que todos aqueles que se sentem prejudicados têm o “direito de espernear”. Mesmo não tendo razão. E parece que é a esse recurso que o chefe russo do Rosselkhoznadzor recorre ao afirmar que o Brasil está exagerando nos preços das carnes exportadas para a Rússia (vide “Rússia acusa Brasil de sobrepreço no fornecimento de carnes”). 

Na realidade, foi o processo deflagrado pela Rússia que ocasionou sensíveis alterações no mercado mundial de carnes. E os próprios importadores russos previram tais alterações, ainda em agosto, ao alertar que as medidas adotadas iriam determinar, internamente, o encarecimento das carnes.

Mas, independente das queixas, a verdade é que – pelo menos em relação à carne de frango – os russos não fazem jus ao “jus esperneandi”. Porque nos últimos três meses o preço médio da carne de frango exportada para a Rússia (essencialmente cortes) tem apresentado decréscimo contínuo.

Rememorando, foi nos primeiros dias de agosto passado que o governo de Moscou embargou as importações de uma série de países fornecedores, ao mesmo tempo em que voltou a habilitar um amplo número de estabelecimentos exportadores brasileiros. Pois bem: antes disso, em julho, a carne de frango exportada do Brasil para a Rússia já apresentava redução em relação ao mês anterior.

Esse processo prosseguiu em agosto e intensificou-se em setembro – um resultado justificável na medida em que o volume importado pelos russos no mês aumentou 150% em relação ao mês anterior. E, aqui, o retrocesso não foi pequeno: preço médio quase 20% inferior ao de junho, o que significou retorno a, praticamente, o mesmo valor praticado em janeiro de 2013, o menor registrado nos últimos 21 meses.

Indo mais além e comparando o valor pago pela Rússia com o preço médio obtido pelo Brasil na exportação de cortes constata-se (gráfico inferior) que o produto exportado para a Rússia vem apresentando comportamento oposto ao do mercado (e do queixoso). Pois enquanto a exportação dos cortes brasileiros vem obtendo preço médio crescente no mercado externo, o produto destinado ao mercado russo sofre desvalorização contínua.

 

Fonte:Avisite

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