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Produção de pimenta do reino gera rentabilidade que atrai o produtor

A espécie caracteriza-se como uma planta trepadeira, sendo considerada um dos cultivos mais rentáveis da região Norte brasileira e importante especiaria comercializada mundialmenteO cultivo de pimenta do reino tem influência da colonização portuguesa. É originária das florestas de Kerala, no sul da índia. Atualmente, a pimenta é cultivada em mais de 100 municípios do Pará, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba e Amapá. É uma cultura típica de clima quente e úmido, absorvedora de mão de obra, uma vez que cada tonelada de pimenta colhida corresponde a um emprego no campo. Os maiores importadores do produto brasileiro são os Estados Unidos, Holanda, Argentina, Alemanha, Espanha, México e França.

A planta é uma trepadeira que cresce aderida a tutores de madeira de lei como jarana (Ewscheilera jarana), acapu (Vouacapoua americana) ou aquariquara (Minquartia guianensis) ou troncos de árvores, em virtude das raízes adventícias que surgem na região dos nós. O tutor pode ser morto, como estacão de madeira ou vivo, como a gliricídia. Produz frutos tipo baga em inflorescências formadas nos ramos plagiotrópicos ou de produção. Segundo a Embrapa Amazônia Oriental, em condições de cultivo intensivo, a pleno sol e com adubação balanceada, chega a produzir 3,0 a 4,0 toneladas por hectare de pimenta seca.

Após o ciclo da cultura, que tem uma duração de oito anos, os tutores são utilizados para fazer cercas, construções e tutores de maracujá. Como a madeira está escassa e o preço muito alto, a maior parte dos produtores reutiliza o material em novos cultivos de pimenta, em dois ou três ciclos subsequentes. Essa prática é realizada sem que aconteçam grandes problemas. (acrescentar)

Regiões produtoras

O município de Tomé-Açu (PA) lidera o ranking de produção no Brasil, com 80% da área plantada, conforme informações da Embrapa. Os responsáveis por levar a pimenta do reino para o Estado foram os imigrantes japoneses, que fugiram da guerra. A importância econômica e social da cultura se dá por se tratar de um produto de exportação, que alcança altos preços nos mercados nacional e internacional. Assim, a pimenta do reino é considerada como um banco verde, ou seja, um produto que o agricultor utiliza para aumentar a renda familiar.

Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), cerca de dois mil agricultores do município se dedicam à cultura. Grande parte da produção está concentrada nas mãos de agricultores familiares, sendo que cerca de 90% é destinada para exportação. O engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater-PA (regional Tomé-Açu), Pedro Correa, destaca o alto valor comercial do produto na região. A tonelada da pimenta preta no município custa R$ 20.000,00, podendo ser comercializada na forma de pimenta branca e verde em conservas. Dos grãos são extraídos subprodutos que alcançam até três vezes o valor da pimenta preta, como é o caso do óleo, por exemplo.

Em seguida, destaca-se o Espírito Santo, já que a região Norte do Estado é um polo tradicional de produção, onde há condições de clima e solo favoráveis ao cultivo. De acordo com dados publicados pelo governo do Estado, o município de São Mateus está à frente, com mais de 65% da área cultivada. A pimenta produzida no Estado se consolidou como uma opção de diversificação agrícola e conquistou espaço no mercado internacional, tornando-se um produto de destaque na geração de divisas do agronegócio capixaba.

Durante três anos, os preços permanecem em alta e seguem satisfazendo produtores e empresários do setor. Um exemplo é o produtor rural José Bonomo, que cultiva pimenta do reino há 30 anos em sua propriedade – o Sítio Bamburral, situado em São Mateus (ES). São 50 hectares e a produtividade é, em média, 100 sacas de 60 quilos por hectare.

 

Fonte: Revista Produz

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