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Produção de goiaba em Minas aumenta com tecnologia e boas práticas

Produtor aposta na expansão de vendas para indústria de doces e sucos

BELO HORIZONTE (30/04/2013) – A crescente produtividade dos pomares mineiros está favorecendo principalmente o aumento da safra de goiaba, avalia a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), ao comparar os números das colheitas dos últimos anos. Em 2012, foram colhidas 15,8 mil toneladas da fruta, volume cerca de 4% maior que o do período anterior, segundo dados do IBGE, informa João Ricardo Albanez, superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria.

O aumento de produção de goiaba foi registrado apesar de um recuo de 5,6% na área colhida dessa fruta em Minas, que ficou em mil hectares. De acordo com o superintendente, os produtores compensaram a redução da área utilizando tecnologia, principalmente a irrigação dos pomares e a poda programada, que permitiram o aumento da produtividade e a colheita ininterrupta da fruta.

Os reflexos do aumento da produção podem ser observados na Ceasa – entreposto de Contagem, na Grande Belo Horizonte. Em 2012, a unidade recebeu 909,8 toneladas de goiaba dos pomares do Estado, volume 15,9% superior ao registrado no ano anterior, que alcançou 784,4 toneladas. Destaca-se no grupo dos fornecedores o município de Paula Cândido, localizado na Zona da Mata, que colocou no entreposto 380 toneladas da fruta. O volume equivale a 41,8% de toda a goiaba entregue pelos produtores mineiros à Ceasa de Contagem no ano passado.   

Em Paula Cândido, os pés de goiaba ocuparam no ano passado uma área de 20 hectares, e a colheita atingiu 400 toneladas, informa o IBGE. O rendimento médio da área colhida foi de 20 toneladas por hectare. No sítio Sítio Onça, de Antenor Ferreira Filho, o cultivo da goiaba foi iniciado há 14 anos e a safra de 2012 atingiu 26 toneladas. Ele trabalha com a variedade Pedro Sato e coloca a produção principalmente na Ceasa de Contagem, mas no ano passado uma parte foi entregue para o programa de alimentação escolar. O preço médio alcançado pela goiaba foi de R$ 1,30 o quilo, e para este ano a expectativa é de uma cotação mais alta.

Antenor Ferreira diz que seu pomar tem safras ininterruptas por meio da poda programada. Fazemos diversas podas para obter colheitas em períodos variados, o que permite atender à agenda de demandas o ano inteiro. Portanto, a programação das podas depende do planejamento das entregas. O produtor acrescenta que a programação de entregas para 2013 já está feita.

Diversificação

Em Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, a tradição é cultivar o café de montanha e criar vacas leiteiras, mas há oito anos os agricultores somaram a essas atividades o cultivo da goiaba, explica o extensionista Edson Machado Junior, da Emater local. Ele diz que, no início, um grande número de produtores aderiu à goiaba, mas a atividade exige principalmente dedicação e investimentos em tecnologia. Atualmente, o município responde pela produção em 22 hectares, sendo a produtividade média de 10 toneladas por hectare.

Um dos aspectos que diferenciam a produção de Conselheiro Pena é a concentração das lavouras na variedade Cortibel, que atende bem ao mercado como produto de mesa e para fabricação de doces, porque o sabor da fruta, segundo Edson Machado, é especial. O técnico observa que os pomares do município beneficiam-se das condições ideais de luminosidade, calor e umidade para se desenvolver. “Com suas características especiais, a goiaba produzida em Conselheiro Pena tem compradores até nos Estados Unidos”, ressalta.

Os produtores do município também utilizam a poda programada para garantir colheitas ininterruptas de goiaba. Milton Ramos de Oliveira, que responde por 50% da produção do município, colhe a fruta nesta safra em 20 hectares da Fazenda Manoel Calhau. Ele conta com 20 funcionários, e diz que o trabalho no pomar exige muitos cuidados, sendo indispensável o uso da irrigação.

Para Milton, os investimentos na produção dão bom retorno. “Neste ano, estamos colhendo na propriedade 10 toneladas por semana. Vamos colocar no mercado cerca de 520 toneladas até dezembro, um volume maior que o do ano passado. “Nossa meta é alcançar colheitas semanais de 30 toneladas, porque temos plantas novas que estarão em plena produção até 2015.”

A goiaba da Fazenda Manoel Calhau alcança atualmente o preço médio de R$ 1,00 o quilo. “A fruta é colocada principalmente na Ceasa e as vendas para a indústria estão aumentando, porque a demanda por doces e sucos é grande”, explica Milton. Por isso, o produtor investe alto no frete do produto para fazer entregas a empresas de diversas localidades, uma delas em Itabira (Vale do Aço), a 330 quilômetros de Conselheiro Pena.

Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Assessoria de Comunicação Social

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