Aquicultura (Piscicultura)

Produção de camarão traz benefícios para o carcinicultor

A atividade, que possui destaque no Nordeste brasileiro, favorece a constituição de micros e pequenas unidades de produção familiar e proporciona o desenvolvimento econômico da região

A carcinicultura é um ramo da aquicultura voltado para a criação de camarão em viveiro, podendo ser encontrado tanto na forma de cultivo de camarão marinho ou de água doce. Com a crescente demanda do mercado, a prática tornou-se uma atividade comercial que movimenta o mercado brasileiro. No País, o Nordeste é a região responsável por 92% da produção e os principais estados produtores são: Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Piauí. O presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores de Camarão (ANCC), Origenes Monte, cultiva camarão desde 2002 e se interessou a trabalhar com o produto devido ao fato da região ser propícia a esta cultura. “Fui motivado pela vocação natural que o Rio Grande do Norte possui para esta atividade”, conta.

A produção no Nordeste abrange os pequenos, médios e grandes produtores e concentra cerca de 2.000 fazendas onde a atividade tem as melhores condições de clima, solo e água para desenvolvimento. Para eles, as principais vantagens são a curta duração dos cultivos, altos preços do produto no mercado e as condições climáticas favoráveis. “Trabalhamos em uma região de grande potencial natural para o desenvolvimento da atividade, o que torna a aquicultura atraente em comparação a outras atividades. Proporcionamos renda e emprego em áreas que não têm muitas alternativas e uma melhoria no ecossistema adjacente, apesar de muitos que desconhecem a atividade dizerem exatamente o contrário”, explica Origenes.

Para o cultivo de camarões em água doce, a principal espécie é a Macrobrachium rosenbergii, mais conhecida como camarão da Malásia. Os de água salgada são da espécie Litopenaeus vannamei, tradicionalmente chamada de Camarão cinza. Segundo o ??? e coordenador-geral da Camer/Daer/Sepoa, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Rodrigo Roubach, o camarão marinho é uma espécie produzida em vários países e no Brasil tem fácil adaptação em águas com baixo índice de sal. “A espécie vem contribuindo para o crescimento da atividade em águas interiores, podendo suportar salinidades de 0 a 50 ppm, porém a faixa ideal de salinidade para a criação (conforme a literatura científica) varia entre 15 e 25 ppm”, relata.

Para o cultivo, o produtor deve receber e aclimatar as larvas provenientes dos laboratórios de larvicultura, mantê-las em tanque chamado de berçário e depois fazer a transferência para o viveiro de engorda abastecido com água no nível adequado (2,0 m de altura). Posteriormente, entre 75 e 90 dias, segundo o tamanho do camarão que se deseja, é preciso fazer a despesca (processo de retirada do organismo cultivado no viveiro) do produto para o mercado. Com esse sistema (bifásico) é possível desenvolver, pelo menos, de três a quatro ciclos de cultivo por ano, dependendo do peso médio final.

 

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