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Preços devem manter-se em alta

De acordo com o chefe da Seção de Informação de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Martins, a oferta do produto está menor, enquanto a demanda segue aquecida.

Os últimos dados divulgados pela Ceasa Minas mostram que enquanto em maio a oferta de ovos era de 5,9 mil toneladas, em junho foi verificada retração de 10,5%, com a disponibilização de 5,29 mil toneladas. A tendência é encerrar julho com nova queda, já que nos primeiros 18 dias do mês a oferta foi de 2,5 mil toneladas. Se comparada com o período equivalente de 2015, a oferta ficou 10,9% menor.

“Influenciaram na queda da oferta e na valorização dos preços os custos mais elevados, em função do milho, e o clima mais frio, período em que tende a cair a produção e crescer o consumo. O milho, na Ceasa Minas, apresentou alta de 78,8% de julho de 2015 para agora, saindo de R$ 0,52 por quilo para R$ 0,93 o quilo”, explicou Martins.

A diretora-executiva da (Associação dos Avicultores de Minas Gerais), Marília Martha Ferreira, explica que a produção de ovos no Estado pode ficar menor em 2016. O aumento significativo do custo de produção em função da escassez de milho comprometeu a capacidade de investimentos nas granjas e alguns produtores optaram por reduzir a compra de pintainhos ou enviaram aves mais cedo para o abate, o que pode refletir na oferta até o fim do ano e início de 2017.

“O produtor pagava em torno de R$ 30 pela saca de 60 quilos de milho e, neste ano, o valor superou os R$ 50 por saca. O cereal responde por 70% dos custos da produção de ovos e apresentou este aumento substancial. O setor precisou repassar parte da elevação para o mercado, em uma tentativa de compensar os gastos elevados. Porém, continua trabalhando com margem estreita, comercializando a dúzia de ovos entre R$ 1,20 e 1,50”.

“Com o aumento das exportações do milho e com a produção menor que a esperada, o mercado interno ficou sem condições de atender à demanda por milho que é muito grande. A avicultura consome quase 200 mil toneladas por mês”, disse Marília.

De acordo com o presidente do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, a tendência é que os preços dos ovos se mantenham firmes uma vez que a produção nacional também tende a recuar.

Em relação aos preços do milho, a expectativa é de preços mais acessíveis para os avicultores ao longo dos próximos meses, mas não tão baixos como os praticados em 2015. Porém, o farelo de soja, que também compõe a ração animal, está valorizado, o que sustenta os custos de produção em alta.

“Tivemos um aumento significativo do farelo de soja, que passou de R$ 1,2 mil para R$ 1,7 mil por tonelada, alta de 41%. Acreditamos que, no caso do milho, com a cotação do dólar recuando e a colheita da safra norte-americana, as exportações deixarão de ser interessantes. Por isso, a tendência é que o milho da safrinha fique no mercado interno, o que pode impedir novas altas nos preços”, disse Santin.

Faltou milho no mercado interno

A valorização do milho no mercado interno ocorreu devido à menor produção. Somente no Estado, a previsão é de um recuo de 11,7% no volume colhido, que foi estimado em 6 milhões de toneladas, segundo os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

No País a queda na produção será de 18,3%, com 69,1 milhões de toneladas do cereal.

Além do clima que prejudicou a produção de milho, o real desvalorizado frente ao dólar e a demanda mundial elevada fizeram com que as exportações do cereal fossem alavancadas, desabastecendo o mercado interno. A maior liquidez da soja também fez com que muito produtores migrassem para a oleaginosa.

Somente no primeiro semestre, as exportações mineiras do cereal acumularam alta de 1.141% em faturamento, US$ 21,48 milhões, e de 1.242% em volume, com a exportação de 120,21 mil toneladas.

 

Editor RuralSoft

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