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Preços da soja voltam a ficar em patamares mais baixos

Depois de muito tempo registrando valores acima de R$ 60 na saca, os preços da soja começaram a se estabilizar em patamares mais baixos. Na semana passada, por exemplo, o valor médio da saca fechou em R$ 53,51, contra R$ 54,28/sc contabilizado na semana anterior. Na sexta-feira, 30, o valor da saca da oleaginosa, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), fechou em R$ 54,23/sc. 

A queda nos preços da saca da commodity começou a ser registrada desde meados de 2014, período em que o valor saiu da casa dos R$ 60. Francisco Simioni, diretor do Deral, observa que os preços da soja não têm ficado firmes desde o anúncio da alta da safra norte-americana. “Os altos estoques mundiais afetaram os preços. Não podemos falar em depreciação da commodity, mas sim em uma redução para valores normais”, destaca Simioni. 

Ele completa que o produtor que fixou preços acima dos R$ 60/sc, por meio de contratos, está em uma situação um pouco mais confortável. Mesmo com a redução no preço da commodity, o chefe do Deral frisa que os valores atuais pagos pela oleaginosa ainda são remuneradores. “Além disso, os agricultores estão capitalizados”, complementa o chefe do Deral. 

Robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), aponta que essa queda nos preços da oleaginosa já era esperada. “O mercado internacional está abastecido, por isso os preços estão em patamares mais baixos”, lembra o especialista. A média de preço da soja no mercado internacional em 2014 foi de US$ 13 o bushel. Neste ano, já está em US$ 10,5/bushel. Vale lembrar que cada bushel equivale a 27,21 quilos de soja. 

“Mas acredito que estamos no limite mínimo de preços”, observa Mafioletti. Nas cooperativas, que recebem em torno de 70% da produção paranaense, esse cenário de baixos preços também já era esperado. Outro fator que tem prejudicado a comercialização da oleaginosa, recorda o assessor técnico da Ocepar, foi a recente desvalorização cambial, o que prejudicou a rentabilidade das exportações. 

Além disso, complementa Mafioletti, os insumos importados ficaram mais caros. Segundo ele, o custo de produção nesta safra só não foi maior porque os adubos e fertilizantes importados foram adquiridos com o câmbio antigo. Essa valorização do dólar vai ser sentida na aquisição de insumos na segunda safra. “Quem já comprou para a segunda safra, já pegou o câmbio novo com preços mais elevados”, destaca o assessor da Ocepar. 

Américo Amano, produtor na região de Cambé (Norte), afirma que a queda nos preços da soja vai prejudicar um pouco. Neste ciclo ele semeou 200 hectares e espera colher entre 12 mil e 13 mil sacas da oleaginosa. “Daqui para frente só dependerá do mercado”, destaca Amano em relação aos seus rendimentos. 

Andamento da safra 

Francisco Simioni, chefe do Deral, afirma que a safra caminha bem, com apenas problemas pontuais. Nas regiões em que foram plantadas mais cedo, por exemplo, como no Oeste paranaense, houve perdas de produção devido à estiagem que atingiu a região na época de plantio. Mas nas regiões que plantaram no ciclo normal, as plantas têm apresentado um bom desempenho. 

No Norte Pioneiro, Simioni revela que os produtores estão sofrendo com a irregularidade das chuvas. “Mesmo com esses problemas pontuais, devemos manter um bom índice de produção”. O Deral estima uma colheita de 16,63 milhões de toneladas de soja, 14% a mais se comparado ao ciclo anterior. Em área, foram semeados 5,06 milhões de hectares, ante 4,90 milhões de hectares destinados para o ciclo 2013/14. O Deral ainda não terminou de fazer o levantamento da área já colhida e nem do volume comercializado da safra 2014/15. 

 

Por: Vinícius Lisboa 

Fonte: Agência Brasil

 

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