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Preço do leite foi o que colocou Brasil na 3ª posição do ranking mundial

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana que a produção brasileira de leite aumentou aproximadamente 4,5% em 2011. Prova disso são os números, o país – que antes ostentava a marca de 30,7 bilhões de litros em 2010, atingiu os 32, 1 bilhões de leite esse ano.

Esse registro colocou o Brasil na 3ª posição do ranking mundial de produção de leite, aproximando-o dos primeiros colocados, Estados Unidos e Índia, respectivamente. A afirmação surgiu após a Associação Brasileira dos Produtores de Leite – Leite Brasil – cruzar alguns dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em julho deste ano, com as estatísticas apresentadas pela Pesquisa Pecuária Municipal, o resultado colocou o Brasil na atual posição do ranking de produtores mundiais no setor leiteiro.

Ainda segundo a PPM 2011, o Brasil produz, atualmente, cerca de 33,2 milhões de toneladas métricas de leite. A Índia – país que ocupa o segundo lugar no ranking – tem uma produção de 52,5 milhões. Na primeira posição do ranking está a terrinha do Tio Sam (EUA), com produção de 88,6 milhões de toneladas métricas.

De acordo com os dados do IBGE, 67,9% do total da produção de leite em 2011, foram adquiridos pelas indústrias de laticínios que funcionam sob inspeção sanitária. A outra parte da produção foi destinada ao auto-consumo, produção artesanal de queijos e derivados, perdas, entre outros.

Regiões que mais produzem leite no país

Entre as regiões produtoras de leite merecem destaque Minas Gerais, com participação de 27,3%, seguido pelo Rio Grande do Sul com 12,1%, Paraná com 11,9% e Goiás com 10,9%. A PPM noticiou que esses quatro estados concentraram 62,1% de todo o leite produzido no Brasil nesse período.

Na mesma direção dos estados em destaque na pecuária leiteira seguem os municípios considerados maiores produtores de leite no Brasil, com destaque para Castro (PR), Patos de Minas (MG) e Jataí (GO), assumindo as mesmas posições ocupadas no ano anterior. Os dados mostram ainda que a produtividade nacional média de leite registrou 1 382 litros/vaca/ano.

Para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, a principal mudança para que o Brasil assumisse o 3° posto do ranking mundial foi o incentivo no preço do leite. “Houve um incentivo via preço do leite ao produtor com um crescimento de 17%, ainda que os custos tenham crescido. Os estados da região Sul puxaram o crescimento com maior demanda das indústrias de laticínios na captação de leite. Os governos dos estados do Sul têm programas de incentivo para a pecuária leiteira, em Santa Catarina, por exemplo, o governo tem um programa chamado ‘Juro Zero’, que na área de leite está voltado para o estímulo à produção”, afirmou o presidente, ressaltando a importância do poder público apoiar o segmento.

“Os produtores fazem os financiamentos do Pronaf nas agências bancárias com prazo de oito anos e o governo do estado paga os juros. No Rio Grande do Sul, o Programa Estadual Leite Gaúcho tem como objetivo aumentar a produção e melhorar a qualidade do leite em situação de extrema pobreza”, argumentou.

Mesmo com o ritmo de crescimento positivo e o patamar recém alcançado pelo Brasil, Rubez acredita que as perspectivas de que o país suba mais alguns degraus no ranking é utopia, por enquanto. “Acho muito difícil o Brasil alcançar a Índia, pois a distância é muito grande. A Índia, por exemplo, produz cerca de 53 milhões de toneladas e o Brasil 33 milhões”, conclui Jorge, enfatizando que mesmo ocupando uma boa posição na lista, para alcançar o segundo lugar, ou ainda, tomar a liderança, o Brasil precisaria desbancar países em plena expansão da pecuária leiteira.

Em 2012, a Leite Brasil não espera resultados tão animadores, já que o preço do leite cresceu menos se comparado aos custos de produção, aliado ao aumento expressivo na alimentação do gado, superando assim, a variação nos preços do leite.

Fonte: Rebecca Arruda / Rural Centro

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