Preço do frango vivo apenas segue a curva sazonal, sem grande valorização

Enquanto em termos mensais o comportamento do frango vivo em junho passado foi muito similar ao de junho de 2015 (nas duas ocasiões ocorreram nove ajustes de cinco centavos cada, fazendo com que – tanto neste ano como há um ano – a cotação do mês aumentasse 45 centavos), sob o aspecto sazonal (ou estacional) o desempenho deste ano no mês esteve acima da média.

Como demonstra o gráfico abaixo, não houve surpresa quanto à reversão ocorrida em junho: pela curva sazonal (média dos 21 anos decorridos entre 1995 e 2015), o mês anterior, maio, marca o “fundo do poço” do setor, iniciando-se a partir de junho uma retomada de preços que se estende até dezembro.

Surpresa, sim, foi o índice de recuperação registrado em junho. Pois, pela curva estacional, o mês é fechado com valor próximo, mas ainda inferior, ao do primeiro mês do ano. E, desta vez, o preço médio de junho não só correspondeu ao melhor resultado nominal de 2016, mas também ficou 5,4 pontos percentuais acima do que seria o padrão para o mês.

Indo mais além: pela curva sazonal, o frango God vivo deveria ter fechado o primeiro semestre do ano com um valor médio praticamente igual à média do ano anterior – perto de R$2,62/kg. Mas a média efetiva alcançada foi R$2,70/kg, valor 3% superior ao da curva sazonal.

Apesar, no entanto, do melhor desempenho em junho, ao computarem-se os resultados do semestre torna-se óbvio que o ganho foi irrisório, não refletindo as condições adversas de produção enfrentadas no período.

Acima disso, porém, fica claramente demonstrado que – independentemente do grau de adversidade enfrentada e das significativas diferenças de mercado e da economia em relação a exercícios anteriores – o preço do frango continua seguindo rotineiramente sua curva sazonal de preços, com variações mínimas em relação a ela.