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Preço do bezerro dificulta a reposição do rebanho de criadores de MS

Há cinco anos, o criador vendia dez bois gordos e comprava 25 bezerros.

Hoje, com a comercialização de dez bois dá para adquirir 20 bezerros.

O preço do boi gordo tem batido recordes nas últimas semanas. Mesmo assim, os criadores enfrentam dificuldades para fazer a reposição do rebanho por causa do alto preço do bezerro.

De olho no mercado promissor da carne bovina, o pecuarista Alexandre Scaff conferiu o último lote de bezerros que comprou há uma semana. O criador faz a engorda de mil animais por ano no sistema de integração floresta-pecuária na fazenda de 3.3 mil hectares no município de Anastácio. Os bezerros que acabaram de chegar estão com dez meses. Os animais estarão prontos para o abate em aproximadamente um ano. Mas, o produtor precisou gastar mais para conseguir fazer a reposição do rebanho este ano. “Essa última compra saiu por R$ 1.120,00. A média do ano passado foi R$ 820,00. Aumentou quase 25%”, calcula.

Há mais de cinco anos, o pecuarista desistiu da cria, pela baixa cotação do bezerro na época, e passou a buscar no mercado 100% dos animais para engorda. Apesar da valorização da arroba do boi gordo, O criador explica que o custo para a reposição ainda é uma preocupação. “Há dez anos, a gente vendia um boi e comprava 2.5 animais. Há um ano, a gente vendia um boi e comprava 2.2. Hoje, nós estamos vendendo um boi e praticamente colocando 2 por 1. Então, a margem de reposição está apertada”, avalia Scaff.

Para entender melhor essa conta basta multiplicar por dez. Há cinco anos, o criador vendia dez bois gordos e comprava 25 bezerros. Hoje, com a venda de dez bois ele consegue comprar 20 bezerros.

Um levantamento da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado aponta que em um ano a valorização do bezerro de reposição em Mato Grosso do Sul foi de 28,69%. “Um dos grandes fatores é a questão do grande abate de fêmea que ocorreu no ano de 2011/2012. Esse impacto está bastante significativo agora. E a própria entressafra. É um período que agora não temos tantos bezerros disponíveis no próprio período”, explica Ruy Fachini, diretor da federação.

Quem faz a comercialização de bezerros comemora a situação. Por ano, a fazenda Bartira, em Bandeirantes, especializada neste tipo de mercado, vende sete mil animais da raça nelore e cruzados com angus, que são criados em quatro propriedades no estado. Com a valorização do preço do bezerro, o projeto é aumentar o número de matrizes e de cria para aproveitar o bom momento do mercado.

 

Por: Flávia Galdiole

Fonte: Globo Rural

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