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Pragas vão saturar o campo nos próximos 30 anos, alertam cientistas

De acordo com um estudo da Universidade de Exeter, os principais países produtores das culturas mais importantes do mundo serão totalmente saturados com pragas nos próximos 30 anos. Mais de uma em cada dez tipos de pragas já são encontradas em aproximadamente metade dos países com as plantas hospedeiras.

“Se essas pragas continuarem a se espalhar nas taxas atuais, muitos dos maiores países produtores de cereais do mundo serão inundados lá pela metade deste século – o que representa uma grave ameaça para a segurança alimentar global”, disse o Dr. Dan Bebber, do departamento de Biociências da Universidade de Exeter.

A pesquisa, publicada na revista Global Ecology and Biogeography, descreve os padrões e tendências na disseminação de pragas utilizando bases de dados mundiais para investigar os fatores que influenciam o número de países atingidos por pragas e o número de ameaças em cada país. Foram incluídos no estudo: fungos, bactérias, vírus, insetos, nematoides, viroides e oomycetes.

Os fungos lideram essa “invasão mundial” e são o grupo mais amplamente disperso, apesar de ter o menor números de plantas hospedeiras. O estudo analisou a distribuição atual de 1.901 pragas e patógenos e o acompanhamento histórico de mais de 424 espécies. Uma fonte importante foi o CABI (Centro de Agricultura e Biociências Internacional), que documenta pragas e doenças do campo em todo o mundo desde o ano de 1822 até os dias atuais.

“Ao ampliar o potencial de compreensão da distribuição de pragas e doenças das culturas, estamos nos dando um passo adiante para proteger nossa capacidade de alimentar uma população global crescente. A esperança é transformar dados em ações positivas”, justificou o Dr. Timothy Holmes, chefe de Soluções Técnicas do CABI. 

A professora de Biociências da Universidade de Exeter Sarah Gurr acrescentou que “virulentas mutações” das pragas estão surgindo. “O seu aparecimento é favorecido pelo aumento de tamanho das populações de pragas e de seus ciclos de vida rápido, que forçam a seleção diversificada e anuncia o surgimento de novos genótipos agressivos”, explica ela.

A esperança é a implementação de estratégias fitossanitárias e medidas de biossegurança, especialmente nos países em desenvolvimento. “Se essas precauções foram adiadas ou interrompidas, esse processo [de disseminação das pragas] vai continuar a ser visto”, conclui Sarah.

 

Por: Leonardo Gottems

Fonte: Agrolink

 

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