Notícias

Plantio de soja se torna fonte de renda para índios em Mato Grosso

Produção do grão é feita em parceria com produtores rurais. 

Trabalhos ajudam a fixar indígenas em suas comunidades.

O plantio de soja na terra indígena Pareci, no oeste de Mato Grosso, vai chegando ao fim. Faltam 200 hectares para receber as sementes e são os próprios índios os operadores das máquinas. Eles passaram por qualificação para trabalhar na agricultura. A produção do grão, feita no sistema de parceria, já dura dez anos.

Moacir Pareci vive do salário que recebe com o trabalho no campo. “É muito legal trabalhar perto de casa, principalmente perto da família”, conta.

A produção do grão está ajudando no desenvolvimento da aldeia Bacavau, em Campo Novo do Parecis, conforme avalia a cacique Miriam Kazaizokairo.

“Você vê quase todas as casas boas e você entra dentro todos têm eletromésticos, móveis. A gente não pode falar que existem pessoas miseráveis. É orgulho para nós”, pontua.Em Mato Grosso, são cerca de 15 mil hectares de terras Pareci cultivadas com soja. Só na reserva em Campo Novo do Pareci são mil hectares. O plantio é feito em parceria com um produtor rural da região, que ajuda a cobrir os custos da lavoura, empresta o maquinário e vende o grão colhido.

“Hoje ainda dependemos de um produtor rural que faz esta aquisição e coloca aqui no nosso projeto a disposição para a gente trabalhar. Ainda não temos como fazer nem a aquisição nem a venda do nosso produto devido a falta de licenciamento dessa área”, explica Arnaldo Zunizakae, responsável pelo plantio.

Parte do lucro obtido com a lavoura vai ajudar a cobrir os custos de produção e a outra será dividida igualmente entre o produtor parceiro e o agricultor indígena. A intenção dos índios agora é assumir as lavouras sem depender das parcerias. Para ter a responsabilidade total sobre o plantio é necessária a legalização das lavouras.

O primeiro passo para isso, segundo o coordenador da Associação Indígena,  Waimaré, Genilson Zunizakae, foi dado com a assinatura do compromisso de ajustamento de conduta em 2012, entre os indígenas, Funai e o Ministério Público Federal.

Nela, a Fundação Nacional do Índio dá um prazo para criação de cooperativas agrícolas. “Ela deu um prazo de três anos, que vai da safra 2013/14 e termina em 2015/16, para cumprir algumas metas. Uma delas é o licenciamento ambiental. Buscar junto ao Ibama de Brasília esse licenciamento em 18 mil hectares”, diz o representante. 

Com com a criação da cooperativa e a legalização da produção, a cooperativa poderá vender os grãos, contratar funcionários e ainda comprar insumos, de forma autônoma e independente.

“A comunidade hoje depende da lavoura mecanizada, no sentido de trabalho. É uma ocupação onde atrai o indígena para a terra indígena, trabalhando no que é seu”, diz ainda Arnaldo Zunizakae, responsável pelo plantio.

 

Fonte: G1 – MT

Clique aqui para Comentar

Você precisa fazer o login para publicar um comentário. Logar

Deixe sua Resposta

Mais Lidas

Topo