Piscicultura intensiva e sustentável

A nova etapa da piscicultura brasileira é a “industrialização”, nela é necessário o uso de tecnologia, e a rentabilidade irá depender muito da produtividade. A tendência da aquicultura em todo o mundo é a busca da qualidade do produto com a preocupação da qualidade de vida na área onde o pescado é produzido.

Pode-se dizer que a piscicultura passou por um longo período, podendo ser dividida em três etapas: a primeira etapa foi uma fase “amadora”, na qual não existia tecnologia para criação de um peixe de bom tamanho que atraisse o consumidor. A carpa e a tilápia não ajudaram a desenvolver a piscicultura porque não eram de fácil comercialização.

A partir do momento em que as instituições começaram a trabalhar com espécie nativas como, por exemplo, o tambaqui, o pacu, o piauçu, matrinxã, pintado e outras espécies, foi que a piscicultura comercial sofreu um grande impulso.

Na década de 80, os pesque-pagues tiveram uma ação muito importante, garantindo mercado para quem produzisse, especialmente espécies nativas. A segunda etapa, seria um “estado de equilíbrio”, onde não se tem tantos pesque-pagues como no princípio, ou seja, vai se caminhando para a homogeneização, isto é uma adequação para a situação atual do país.

Começa, agora, a terceira etapa, a da “industrialização”, que teve início no Paraná com o filetamento da tilápia. Nesta etapa, tem início grandes investimentos, como conseqüência natural do desenvolvimento da tecnologia. Hoje, existem instalações mais sofisticadas para a produção de larvas e alevinos e algumas criações que já estão iniciando a industrialização de filés, principalmente de tilápias. Realmente, esta é a mais nova etapa que veio para ficar e, nela, é preciso estar preparado para uma competição mais agressiva, onde a rentabilidade irá depender muito da produtividade.

O aumento da produtividade não deverá implicar necessariamente em aumentar os impactos sobre o meio-ambiente. Atualmente, já existem soluções tecnológicas, desde a construção dos viveiros à melhoria da qualidade das rações e, também, o adequado manejo pode proporcionar alta produtividade na piscicultura com redução dos impactos sobre o meio-ambiente por meio da reciclagem dos efluentes sólidos e líquidos, que podem ser utilizados como fertilizantes, tanto em cultivos de solo (resíduos sólidos) como nos hidropônicos (efluentes líquidos), fazendo, assim, uma integração da piscicultura com a agropecuária de uma maneira sustentável.

 

 

rsuser

Share
Published by
rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

4 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago