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Piscicultura – Incentivo à criação de peixes

Universidade Federal de Lavras desenvolve trabalho com pescadores para melhorar qualificação

Dono de um litoral extenso e de 12% da água doce do mundo, o Brasil deixa a desejar quando o assunto é o consumo de peixes. Enquanto a média mundial é de mais de 17 quilos por habitante ao ano, os brasileiros comem 11 quilos de pescado anualmente, abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que são 12 quilos por habitante/ano. Se nas casas brasileiras come-se pouco dessa carne tão importante para a saúde, nas escolas públicas a quantidade chega a ser preocupante: cada aluno consome em média apenas 497 gramas de pescado por ano, segundo revelou pesquisa feita pelo Ministério de Pesca e Aquicultura ano passado.

Com a proposta de mudar esse cenário, professores e estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Lavras (Ufla) desenvolveram um projeto que incentiva não só o consumo de peixe nas escolas públicas, mas também a piscicultura. O primeiro passo da pesquisa é ir a campo para qualificar os pescadores. Os primeiros testes serão feitos na Comunidade do Funil, criada em função da construção, instalação e impacto da Usina Hidrelétrica do Funil, no Rio Grande, entre os municípios de Lavras e Perdões, no Sul de Minas Gerais. Quando ela foi instalada, em 2003, os pescadores sofreram com a queda no volume de pesca.

Eles agora vão criar peixes em tanques-redes na Represa do Funil e vão aprender a fazer produtos com resíduos de tilápia. A coordenadora do projeto, professora Maria Emília de Sousa Gomes Pimenta, do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA/UFLA), justificou que inicialmente usarão a tilápia por ser um peixe com boa aceitação, fácil de consumir, com poucas espinhas, além de ser permitida sua criação em reservatório. A ideia é que seja aproveitada toda a carne do peixe: eles vão retirar o filé – que corresponde no máximo a 35% da tilápia e – para vender e o resto da carne será transformado em polpa, que será usada para fazer produtos que serão ofertados na merenda escolar.

Para separar a carne da espinha, de pequenos ossos e da cartilagem é usada uma máquina que se chama despolpadeira. Inicialmente serão produzidos cinco tipos de alimentos, entre eles hambúrguer de peixe, empanado e o macarrão. “Nosso objetivo é tentar colocar esses produtos para serem adquiridos pelas escolas públicas”, conta Maria Emília.

Fonte: Jornal Estado de Minas
Por: Alice Maciel

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