PIB da agropecuária mineira fechou o mês de setembro em R$ 159,265 bilhões

Atividade avançou 0,76% no mês, diz Cepea O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro atingiu R$ 159,265 bilhões em setembro, valor recorde, segundo divulgou na sexta-feira a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). A atividade avançou 0,76% no mês, elevando para 6,66% o crescimento acumulado nos nove primeiros meses deste ano. Na geração de riquezas, a agricultura foi responsável por 48,81%, ou R$ 77,743 bilhões, e a pecuária respondeu por 51,19%, ou R$ 81,522 bilhões. A participação da pecuária no PIB foi o destaque do mês, com crescimento de 1,55%. 

Os dados fazem parte de estudo encomendado pela Faemg e pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. 

De acordo com o estudo, dentro da porteira o desempenho da agricultura apresentou leve recuo de 0,13% em relação a agosto, enquanto a pecuária cresceu 1,62%. Esse mesmo resultado se repete no acumulado do ano, que teve elevação geral de 9,03%, com a pecuária crescendo 15,31% e a agricultura recuando 4,89%. Em relação à agroindústria, houve crescimento moderado no mês (0,2%), puxado principalmente pelo segmento pecuário (1,69%), diante da ligeira queda do segmento agrícola (0,13%). 

Mesmo com participação relevante no PIB, as lavouras tiveram queda de 0,05% em setembro. Esse resultado, ainda que negativo, apresenta menor escala que nos meses anteriores e, segundo o Cepea, reflete os desempenhos observados nos segmentos básicos – dentro da porteira -, distribuição e indústria, com queda de 0,13% cada. Já os insumos cresceram 1,27%. 

Seca – Conforme o levantamento, a seca que atingiu a região Centro-Sul do país, e mais fortemente as regiões produtoras de Minas Gerais, foi a principal responsável pelo fraco desempenho da agricultura tanto no volume de produção quanto na qualidade dos produtos. Entretanto, a estiagem fez diferença positiva na comparação do faturamento de alguns produtos com o mesmo período de 2013: café (8,51%), soja (2,06%), laranja (48,74%) e algodão (1,45%). 

O levantamento mostrou que a cultura do milho, por sua vez, vem sendo afetada pelo grande excedente de produção, acumulando a estimativa de queda de 12,32% no faturamento. 

Já a participação da pecuária no PIB foi considerada o destaque do mês pelo Cepea. O segmento cresceu 1,55%, com expansão em todos os segmentos: insumos (0,34%), indústria (1,69%), distribuição (1,64%) e básico (1,62%). O avanço da renda nas atividades do setor “dentro da porteira” se justifica pelo crescimento da demanda no mercado interno e também das exportações. 

Especificamente na pecuária bovina a causa foi a oferta restrita de bois para confinamento, a elevação dos preços de animais para reposição e o bom comportamento da demanda no mercado atacadista. 

Com os resultados de setembro, ressaltou o estudo do Cepea, há perspectiva para um ligeiro avanço da contribuição do Estado no PIB do agronegócio brasileiro, subindo de 12,98%, em 2013, para 13,56% em 2014. A participação mineira estava praticamente estável desde 2011 e neste ano, desde abril, vem se ampliando, com avanço de 0,59 pontos percentuais. 

De acordo com o Cepea, todos os segmentos cresceram no agregado: 0,31 ponto percentual para a indústria (11,96% em 2014 contra 11,66% em 2013), 0,33 pp para insumos (12,31% em 2014 e 11,97% em 2013), 0,64 pp para distribuição (de 13,49% para 12,84%) e 0,77 pp para o segmento básico (de 15,16% para 14,39%).

 

Fonte: Diário do Comércio