No Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), dedica parte de suas ações na busca de soluções tecnológicas que diminuam os impactos ambientais causados pelo desperdício. Além disso, promove campanhas de acesso à informação, tanto à população em geral como aos produtores.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Milza Moreira Lana, os projetos elaborados visam melhorar e diminuir os efeitos negativos de cada etapa da cadeia produtiva, passando pela produção, manuseio, processamento, mercado, distribuição até chegar à mesa do consumidor.
“Atualmente nós temos um projeto voltado aos pequenos agricultores de hortaliças, no sentido de melhorar o manuseio durante a colheita. É preciso que o produto sofra menos, seja protegido de condições adversas e seja menos machucado”, ressalta.
Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de um bilhão de toneladas de alimentos produzidos no mundo são desperdiçados a cada ano. No caso de hortaliças e frutas, o problema é motivado pela falta de infraestrutura e manuseio adequado ao longo da cadeia produtiva.
Neste contexto, a proposta sugerida pela Embrapa Hortaliças é construir em cada propriedade do pequeno agricultor uma estrutura simples – de ferro e lona – que modificasse o manuseio e armazenamento do produto.
“A ideia é montar uma ‘casa de embalagens rudimentar’ para que a hortaliça removida do solo seja imediatamente levada para sombra após a colheita. Além disso, nós pensamos que o produtor poderia utilizar uma peça de madeira inclinada, semelhante a um cavalete, que conseguisse escoar o produto selecionado”, afirma.
Outra opção nesse processo, destaca a pesquisadora, é utilizar um carrinho que transporte o produto até a casa de embalagens. “Com o manuseio mínimo, o produto será menos machucado, sofrerá menos com as condições ambientais e de antemão, os produtores terão melhores condições de trabalho.
Dados
De acordo com o artigo “Desperdício de alimentos no Brasil: um desafio político e social a ser vencido”, de autoria do pesquisador da Embrapa,Antônio Gomes Soares, entre 1997 e 2000, a produção dos principais frutos frescos comercializados no Brasil era de aproximadamente 17,7 milhões de toneladas/ano. Desse total, a perda estava calculada em 30%.
Em relação a hortaliças, a produção era de aproximadamente 16,0 milhões de toneladas. O índice de perdas destes produtos situava-se em 35%. Dessa forma, cerca de 5,6 milhões de toneladas/ano de produto eram desperdiçados.
Segundo o pesquisador, aumentar a produção agrícola sem reduzir as perdas, não é uma das soluções. “Se produzimos 1.000 toneladas e as perdas são de 30%, jogamos fora 300 toneladas. Caso dobremos a produção para 2000 toneladas e continuarmos com o mesmo índice o valor também dobrará para 600 toneladas. Desta forma, o correto é diminuir as perdas primeiro para depois pensar em aumentar a capacidade de produção”, reforça.
Todo esse montante de produtos desperdiçados, além de desequilibrar a cadeia produtiva, impactam na qualidade do produto que chega à do consumidor. Os dados constatam que as principais perdas de frutas e hortaliças estão concentradas nos níveis de manuseio e transporte (com 50%) e comercialização (com 30%). Os desperdícios no campo e de consumo somam 20%.
Fonte: Portal Brasil
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