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Peru escolhe o banco brasileiro para guardar cópia de segurança da sua coleção de batata

O novo Banco Genético da Embrapa, inaugurado em abril deste ano na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 46 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em Brasília, DF, recebeu a primeira coleção internacional de recursos genéticos vegetais. Trata-se de uma cópia de segurança da coleção de batata do CIP (InternationalPotato Center), no Peru, que conta com quatro mil amostras de variedades silvestres e cultivadas, e é a mais valiosa do mundo no que se refere à diversidade genética, já que o país é o berço genético dessa cultura, originária da Cordilheira dos Andes (situada entre Peru e Bolívia). Nessa primeira remessa, foram depositadas 180 amostras de nove variedades cultivadas de batata. A próxima remessa será enviada em fevereiro de 2015 e até a metade do ano que vem, provavelmente, a coleção toda já terá chegado ao Brasil.

O motivo para o envio ser dividido em várias etapas é porque essa é foi primeira experiência do CIP no envio de material genético para o Brasil. Por isso, era preciso conhecer o sistema do País no que se referem ao trâmite aduaneiro, procedimentos legais etc. “Este foi um teste piloto, explica o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Ricardo Ferreira, que coordenou a ação na Unidade”.

Segundo a pesquisadora do CIP, Nataly Franco, que veio do Peru para acompanhar todo o processo de depósito da coleção, desde a sua chegada à alfândega brasileira até a acomodação no Banco Genético, era importante conhecer o funcionamento do sistema brasileiro para poder definir as próximas remessas. Isso implica saber quantas caixas podem ser despachadas, quantas amostras em cada remessa, enfim, todos os detalhes relacionados ao trâmite de material genético entre países. Desta vez, as 180 amostras vieram em duas caixas. “Mas, pela eficiência demonstrada pelo sistema alfandegário brasileiro e pela equipe da Unidade da Embrapa na liberação do material, as próximas remessas, certamente, serão maiores, de 500, 1.000 ou talvez, até 2.000 amostras”, explica Nataly.

 O CIP é o detentor do maior banco de batata in vitro (conservada em tubos de ensaio), do mundo. Essa forma de conservação é a mais adequada no caso dessa cultura, por se propagar vegetativamente por mudas e não por sementes. A cópia de segurança é como um backup da diversidade genética de batata daquele País, que é o maior produtor de batata da América Latina, no qual o consumo per capita é superior a 80 quilos.

A escolha da Embrapa para ser a guardiã da cópia de segurança da coleção de batata in vitro mais valiosa do mundo se deve a dois motivos, como explica Nataly. O primeiro critério foi a cooperação técnica mantida há décadas pelas duas instituições. O segundo foi a moderna e segura infraestrutura oferecida pelo novo Banco Genético. “Esse segundo fator foi determinante para a escolha do Brasil como guardião da coleção. Tínhamos uma cópia na Argentina, mas ela será desativada assim que a coleção completa chegar à Embrapa”, afirma a pesquisadora peruana.

Na Embrapa, a cópia de segurança da coleção de batata do CIP ficará conservada e não será manipulada. A cada dois anos, uma equipe do Centro virá a Embrapa para renová-la. Antes de ser incorporada ao Banco Genético da Embrapa, os tubos de ensaio passaram por um processo de desinfestação para evitar contaminação às mudas de batata e às outras coleções mantidas pela Empresa.

 

Fonte: Revista Produz

 

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