Constantes altas no preço do boi gordo mexeram com a pecuária.
Matrizes hoje são patrimônios valiosos e garantem a renda das fazendas.
As constantes altas no preço do boi gordo mexeram com a pecuária. Em Goiás, os criadores investem em vacas reprodutoras e em bezerros.
Crixás, no norte goiano, está entre os municípios que mais criam bezerros no estado. São cerca de 1,5 mil criadores.
Nos últimos cinco anos, a crise no setor reduziu pela metade o número de matrizes. Cerca de 80 mil vacas em fase de reprodução foram descartadas, vendidas para os frigoríficos da região.
“Se eu vender matriz, o ano que vem eu não tenho bezerro para vender. Na hora de fazer um descarte tem que pensar nisso porque se a fase é de cria, eu preciso manter um número de matrizes na minha fazenda”, explica o pecuarista José Wilson Moreira.
Ele é exemplo de quem vendeu muitas matrizes em fase de reprodução no começo do ano passado e este ano, produziu 250 bezerros, 40% a menos, e deixou de ganhar um bom dinheiro com isso.
No ano passado, Maria José Tavares pensou até em descartar parte das matrizes por causa de uma crise financeira, mas decidiu ter um pouquinho mais de paciência e esperar e acabou ganhando com essa decisão.
No rebanho dela só tem matrizes e bezerros novinhos. Quando os animais chegam em idade de recria são levados para leilões. Maria José vendeu mais de mil bezerros este ano e quanto às matrizes que estão reproduzindo, ela qualifica como patrimônio, que hoje garantem a renda da fazenda. “Eu vendo só se tiver um problema, meu gado hoje é de criar não é de vender”, diz.
Por: Márcio Venício
Fonte: Globo Rural
