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Paranaenses consomem 60% da produção interna

A área total de plantio de café no Paraná é de 58 mil hectares e a previsão de produção para esta safra é de 510 mil sacas. O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná Paulo Sérgio Franzini, que é também secretário executivo da Câmara Setorial do Café, explica que a safra é considerada baixa por conta da geada do ano passado, que matou e prejudicou muitos cafezais. “No ano passado a safra do Estado foi de 1,6 milhão de sacas e a área de plantio era de 82 mil hectares”, compara. Para ele, a cultura é importante para o Estado porque movimenta o comércio nas cidades envolvidas. Segundo ele, cerca de 60% do café produzido no Paraná é consumido internamente, os outros 40% são exportados para outros países ou outros Estados.

A primeira colheita do café pode demorar até três anos a partir do plantio, com a capacidade produtiva da árvore atingindo até 30 anos. De acordo com Franzini, um hectare produz em média 35 sacas de café, mas os bons produtores podem alcançar em média 50 sacas por hectare por ano. “Uma lavoura que produz 50 sacas por hectare resulta em uma renda bruta de cerca de R$ 20 mil”, afirma. No entanto, o preço da saca varia de uma safra para outra e este fator, aliado às geadas – especialmente a do ano passado –, está resultando na redução do número de cafeicultores no Estado.

Para Franzini, compensa plantar café no Paraná, mas para ter rentabilidade os produtores precisam investir em tecnologia. “Por ser uma cultura perene, o cafezal precisa de cuidados. Um dos maiores custos de produção está na colheita e os produtores que adotam a mecanização da lavoura têm excelentes resultados”, explica. Apesar dos benefícios, no Paraná ainda predomina o uso intensivo de mão de obra na colheita. “Quem usa máquina na colheita necessariamente precisa também de uma máquina para secagem porque o volume de café colhido é muito grande. Como são poucas as lavouras mecanizadas no Estado, grande parte dos produtores ainda usa terreiros fixos e suspensos neste processo”, afirma.

O aproveitamento da terra com o plantio de café adensado traz muitos benefícios ao produtor. Além de possibilitar uma produção maior, Franzini afirma que em caso de geada, os danos às plantas são menores e a recuperação do cafezal é mais rápida. “Ainda assim dá para mecanizar a lavoura se for deixado um espaço de 2,8 metros entre as ruas”, explica. Conforme ele, 70% da área de cultivo de café no estado é de plantio adensado.

CONCURSO CAFÉ QUALIDADE

Um concurso para eleger os melhores cafés do Paraná é realizado todos os anos pela Câmara Setorial do Café. O evento começa identificando os melhores cafés por região e depois uma etapa estadual é realizada. Os produtores podem concorrer em três categorias: natural, cereja descascado e microlote, onde entram os agricultores familiares que produzem um número menor de sacas. “Os campeões estaduais de cada categoria seguem para participar do concurso nacional de qualidade”, complementa.

Dois cafeicultores de Ribeirão Claro conquistaram o primeiro e segundo lugares no concurso Café Qualidade do Paraná de 2014. A região tem grande destaque na produção e café no Estado. De acordo com Franzini, isso acontece porque os produtores possuem um cuidado adicional com a lavoura e adotaram tecnologias que possibilitam a colheita de um café de melhor qualidade. “Os concursos oficiais legitimam o fato de produzirmos excelente cafés no Paraná”, conclui.

 

Fonte: Folha Web

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