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o uso de dejetos como fertilizante orgânico

O interesse pela aplicação de resíduos de animais/vegetais e coprodutos orgânicos industrializados no solo tem aumentado nos últimos anos. Isso se deve principalmente aos altos custos dos adubos químicos. Assim, é necessário fazer uma avaliação sobre a eficiência de fontes alternativas de nutrientes para as culturas.

A utilização de dejetos como fertilizante orgânico tem sido realizada, porque este contém uma série de elementos químicos prontamente disponíveis, ou após o processo de mineralização estarão disponíveis e poderão ser absorvidos pelas plantas. A substituição dos fertilizantes químicos por dejetos pode ser parcial ou total, dependendo das condições existentes e dos propósitos do agricultor. Porém, devido a sua composição ser muito desbalanceada e variada, conforme a alimentação, manejo da água, condições de armazenamento e idade dos animais há dificuldade em se fazer uma recomendação padronizada.

Devido à grande quantidade de resíduos gerados, a principal destinação dos dejetos oriundos da suinocultura é o seu uso como fertilizante orgânico. A aplicação de dejetos, normalmente, é realizada em culturas anuais ou perenes, contudo, mais recentemente, muitos agricultores optam por aplicar os dejetos em pastagem natural.

Se corretamente manejados, o uso de adubos orgânicos pode melhorar as condições químicas, físicas e biológicas do solo. Os efeitos físicos são caracterizados pelas modificações na estrutura do solo, pelo aumento da capacidade de retenção de água e pela manutenção de temperaturas mais amenas. Os efeitos químicos estão relacionados ao aumento da capacidade de troca catiônica, aumento do poder tampão, formação de compostos orgânicos como quelatos e, evidentemente, como fonte de nutrientes. Já os efeitos biológicos seriam através da intensificação da atividade microbiana e enzimática do solo.

Embora seja um ótimo fertilizante, a quantidade de dejetos a ser aplicada depende do valor fertilizante, do tipo e da condição química do solo e das exigências da cultura a ser implantada.

Para facilitar a recomendação técnica da utilização dos dejetos como adubo orgânico, é importante conhecer algumas de suas características físicas e químicas, como descritos a seguir:

Matéria seca: indica o grau de diluição do esterco e o seu valor fertilizante, uma vez que a concentração de nutrientes por unidade de volume é inversamente proporcional ao seu conteúdo de água e carbono. Os valores de matéria seca são muito variáveis mesmo dentro de um mesmo tipo de criação. Essas variações são devido ao tipo de alimentação, idade dos animais e local de coleta.

Densidade: indica de maneira bastante prática, através do densímetro ou aerômetro, as estimativas dos teores de matéria seca, nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), no esterco líquido de bovinos, além de medir a matéria seca e o nitrogênio, no esterco líquido de suínos.

Fósforo: está presente mais na forma de compostos orgânicos. No esterco manejado de forma líquida há necessidade de homogeneização da biomassa, porque o fósforo pode ser fixado no fundo das lagoas e esterqueiras.

Potássio: está presente, em grande parte, na urina dos animais, é altamente solúvel em água e prontamente disponível, pois se encontra totalmente na forma mineral. Deve-se evitar perdas de K solúvel por vazamentos nas esterqueiras, pois pode fluir juntamente com a água.

pH: o pH dos estercos fermentados deve ser superior a 6,5, principalmente quando o material for colocado em cobertura nas pastagens ou culturas anuais. Em função disso, é importante que o material a ser fermentado na esterqueira tenha um tempo de retenção de pelo menos 120 dias.

Interessado em saber mais? Adquira então o livro Suinocultura – Manual Prático de Criação, do autor Rony Antonio Ferreira e distribuído pela Aprenda Fácil Editora. O objetivo desta obra é justamente auxiliar os produtores a desenvolverem sua criação de modo que torne a atividade rentável e lucrativa. Confira!

 

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