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O cultivo e o mercado do pequi

As folhas pilosas são formadas por três folíolos com as bordas recortadas. As flores são grandes e amarelas. A espécie C. brasiliense Camb. é dividida em duas subespécies: C. brasiliense sp. brasiliense de porte arbóreo com ampla distribuição no Cerrado e C. brasiliense sp. intermedium, conhecido como pequi-anão, de porte arbustivo com ocorrência restrita a algumas partes deste ecossistema.

O pequizeiro floresce durante os meses de agosto a novembro, com os frutos iniciando a maturação em meados de novembro, podendo ser encontrados até início de fevereiro.

Cultivo

O plantio de fruteiras do cerrado reduz a pressão da coleta extrativa e predatória dos frutos. O pequizeiro pode ser utilizado na recomposição ambiental (recuperação de áreas desmatadas), em reflorestamento, para proteção de nascentes, margens de rios e lagos, no sombreamento de pastagens, etc.

Como não há disponibilidade de sementes selecionadas comerciais, o produtor deverá iniciar o plantio a partir da coleta de frutos no campo.

As plantas fornecedoras (matrizes) deverão ser selecionadas criteriosamente, observando seu vigor, produtividade, qualidade dos frutos e ausência de pragas. Essas plantas devem ser identificadas e preservadas para futuras coletas. O pequizeiro frutifica de outubro a março.

Os frutos do pequi caem normalmente quando maduros e são coletados no chão, eliminando-se os frutos estragados e malformados. Caso a colheita seja feita na árvore, deve-se observar se o fruto está completamente desenvolvido e maduro.

Extraída a polpa, as sementes são lavadas e postas para secar em local ventilado e seco. As sementes devem ser selecionadas, procurando-se uniformizar os lotes por tamanho, cor e forma, eliminando-se sementes deformadas, sem amêndoa ou com sintomas de ataque de pragas.

O viveiro de mudas deverá ser preparado para semeadura o mais breve possível após a coleta das sementes.

Essa área deve ser isolada e protegida da entrada de animais e pessoas que possam comprometer as mudas.

As mudas de pequi devem ser produzidas em sacos de polietileno colocando-se de três a quatro sementes por saco, enterradas a profundidade de dois cm. A percentagem de germinação alcança 60% e o período de germinação é de 60 a 300 dias. O plantio das mudas no campo pode ser feito com espaçamento de 8 x 8 metros.

Usos e Mercado

Usos

Seus frutos têm uso na culinária, na extração de óleos para a fabricação de cosméticos e uso alimentar, além da fabricação de licores.

Sua madeira é de ótima qualidade e alta resistência, moderadamente pesada e de boa durabilidade, sendo utilizada como moirões e lenha. Própria para xilografia, construção civil e naval, dormentes, fabricação de móveis e fonte de carvão para siderúrgicas.

Mercado

A exploração da fruta é baseada no extrativismo. Seu uso mais expressivo é o alimentício, com o aproveitamento da polpa do fruto. O caroço é normalmente descartado, apesar dos altos teores de óleo.

Ainda não há iniciativas de grande escala para comercialização ou industrialização. Isto se deve à ausência de plantios comerciais, bem como da falta de pesquisas em melhoramento genético, silvicultura e demais aspectos direcionados à melhoria de sua produtividade.

Para exploração comercial das plantas do cerrado, o produtor deve realizar previamente uma pesquisa de demanda no mercado, identificando potenciais compradores e sua real necessidade de produto. Pode realizar algum beneficiamento ou a industrialização, desde que identifique claramente canais de distribuição para seus produtos.

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