O controle da verminose de bovinos nelore no cerrado

O controle estratégico da verminose é, por definição, preventivo. O que se preconiza é válido para animais nelore criados extensivamente e em boas condições de alimentação. Estudos estão sendo conduzidos no sentido de se verificar o custo-benefício do controle das parasitoses em animais cruzados. Da mesma forma, as informações aqui prestadas são pertinentes ao Brasil Central, região que compreende 50 a 60% do rebanho bovino nacional (cerca de 80 milhões de cabeças).

Controle por categoria animal:

Bois de engorda na pastagem e em confinamento

Em pastagens que permanecem vedadas por um mínimo de 30 dias, para terminação do boi, em pastejo não rotacionado, dosificar uma vez os animais, quando da entrada nessas áreas. Sugerimos também o uso de anti-helmínticos no início do confinamento, pode ser econômico.

Vacas no periparto

O pique de parição, no Brasil Central, ocorre em agosto e setembro. Neste caso, recomenda-se vermifugar as vacas uma vez ao ano, principalmente àquelas de 1ª cria, em julho ou agosto, para diminuir infestação de larvas no pasto e como medida preventiva para os bezerros que nascem neste período.

Animais a partir da desmama

Na Região Central do Brasil o melhor esquema de controle deve englobar o período seco do ano. Observa-se que, na maior parte do Brasil Central, ocorre uma estação seca nos meses de junho, julho e agosto (65%). Assim, o uso estratégico de antihelmínticos nos meses de maio, julho e setembro, na faixa etária do desmame aos 24-30 meses, poderia ser aplicado em toda esta região, modificando-se alguma particularidade a nível local. Todos os animais dessa categoria devem ser tratados e não somente magros. Estima-se que esse método proporcionaria uma redução de mortalidade de 2% e um ganho médio de 41 kg de peso vivo por animal no abate. Cabe ressaltar que a adoção da dosificação estratégica é uma questão gerencial, não exigindo qualquer investimento adicional.

O meio de administração do vermífugo (oral, pour-on, injetável, intraruminal) não é o mais importante. O fundamental é o princípio ativo do produto.

De nada adianta usar o melhor antihelmíntico do mercado, se este for aplicado em categorias de animais inadequadas, ou em épocas do ano erradas. Cerca de 80% das doses utilizadas no País são dadas erradamente e, portanto, sem retorno econômico.

O controle estratégico recomendado, entretanto, não dispensa a assistência de um médico veterinário. Dependendo do manejo, raça e nível nutricional, pode haver necessidade de se alterar o número de dosagens do vermífugo.

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