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O capim que pode ser um grande aliado para o ciclo de safras por beneficiar o solo

 
A Braquiária ruziziensis é um capim que começa a se revelar como uma importante aliada em práticas conservacionistas. Suas raízes profundas descompactam o solo, favorecendo a oxigenação da terra, diminuindo a erosão e aumentando a absorção de água e nutrientes. Ao mesmo tempo, fornece palha em volume que proporciona excelente cobertura até a emergência da cultura seguinte e acrescenta matéria orgânica. Ele ainda pode garantir todos esses benefícios com a manutenção do ciclo tradicional de safras desenvolvido no Oeste do Paraná.

A tecnologia utilizada é o plantio da gramínea em consórcio com o milho safrinha. A prática já vem sendo adotada por alguns produtores rurais da região, principalmente na faixa próxima ao reservatório da Hidrelétrica de Itaipu, onde o clima é mais quente. Isaías Giovanella fez esta opção em sua propriedade na Linha Progresso, em Santa Helena, às margens do lago. A decisão foi movida pela observação de sinais de que precisava tomar alguma atitude para recuperação do solo: a presença de torrões e baixa capacidade de retenção da umidade.

"A Braquiária ruziziensis é mole: o tempo necessário nesse processo é praticamente idêntico ao da aveia", explica o engenheiro agrônomo Neri Noro. "A eliminação da gramínea ocorre de forma eficiente com o emprego de glifosato", explica. A fitomassa produzida fica em torno de 15 toneladas por hectare. O agrônomo, da cooperativa Lar, diz que acompanhou já na safrinha do ano passado, algumas experiências de cultivo consorciado, com bons resultados. Segundo ele, é uma alternativa de recuperação do solo para quem não pode abrir mão de renda no inverno. "A aveia seria melhor, mas significa uma safra a menos no ano", frisa Noro.

A primeira vantagem do consórcio entre milho safrinha e a Braquiária ruziziensis, já notada por Isaías Giovanella, é no controle de ervas daninhas. Depois da colheita, na resteva, praticamente só se observa a palhada do cereal e as touceiras da gramínea, sem nenhum pé de buva, praga que resistiu até mesmo ao herbicida na safra anterior. Além de ocupar o espaço que seria tomado por outras ervas daninhas, a braquiária formou uma considerável camada de massa verde que está protegendo o solo durante a transição de uma safra para a outra.

"O solo ficaria exposto ao longo de mais de 60 dias", lembra Giovanella. A lavoura de milho safrinha produziu 210 sacas por alqueire, dentro do esperado pela tecnologia aplicada. Quanto à competição do capim com o cereal, o agricultor não visualizou problema. De acordo com ele, quando a gramínea alcançou um palmo, o milho já estava com mais de um metro. "Se houve alguma perda, com certeza será muito bem compensada com o aumento da produtividade nas safras seguintes", afirma.

Fonte: Revista Produz

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