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O agronegócio é o único setor do Brasil que se internacionalizou

A grande oportunidade para o setor ainda está por vir e se dará nos próximos 40 anos

O padrão de comércio internacional mudou. E essa mudança foi baseada no crescimento do consumo dos países emergentes, que cresce a taxas de 21% ao ano, enquanto nos países desenvolvidos cresce em torno de 10% ao ano. “Hoje nosso padrão de comércio mudou. Nos voltamos fortemente para a Ásia”, afirmou Marcos Jank, especialista em temas globais de agronegócio e bioenergia, durante a realização da 18ª edição do Clube da Fibra, em Punta del Leste. O balanço das exportações brasileiras de 2011 mostra isso; enquanto 28% das vendas foram destinados ao mercado asiático (menos a China), 32% seguiram para a União Europeia e Estados Unidos, 19% para a China e 20% para o resto do mundo. “Em termos de commodities o que está acontecendo atualmente na Ásia é o que vai acontecer na África e essa será a grande oportunidade do Brasil”, diz Jank.

De acordo com ele, nos próximos 40 anos o valor da produção estará nas commodities e não no processamento de produtos. “Processar qualquer um consegue, mas produzir só quem tem terras, técnica e água. E, no Brasil, o agronegócio é o único setor que se internacionalizou”, avalia. Segundo Jank, estamos vivendo uma nova era de preços elevados de commodities aliada ao aumento da demanda dos países emergentes. “Atualmente há um aumento de 79 milhões de pessoas no mundo por ano, o que se traduz num desafio extraordinário para o agronegócio brasileiro nos próximos 40 anos”, diz Jank.

Mas para que o Brasil consiga aproveitar essa janela de oportunidade é necessário um planejamento de longo prazo. “Estamos muito preocupados com as condições atuais e não pensamos no futuro”, diz Jank. A cultura do algodão é um bom exemplo de uma cadeia carente de planejamento. “Se tivéssemos um mercado futuro consolidado no Brasil, os produtores não teriam perdido tanto dinheiro quando os preços do algodão atingiram a maior cotação da história, mas boa parte da safra brasileira estava vendida a preços bem inferiores”, diz Sérgio de Marco, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

No contexto atual, um dos grandes problemas da cultura é a queda da produtividade. “Precisamos tratar o solo”, diz Marco. Para Ronaldo Pereira, diretor comercial da FMC, nesta safra que se inicia os produtores terão de fazer alguns ajustes nas lavouras para reduzir a suscetibilidade das plantas aos nematoides. “Estamos aguardando a liberação de um produto biológico que vai auxiliar o produtor nesta tarefa”, diz Pereira. Outro avanço da cadeia será o inicio do plantio em escala comercial de variedades transgênicas no Brasil, resistentes a aplicação do roundup ready (RR).

Fonte: Revista Globo Rural
Por Luciana Franco

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