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Ninguém quer os “bois piratas”?

Pela segunda vez o governo tentou leiloar os “bois piratas”, apreendidos no Pará. Mas, novamente, não houve compradores.

São animais que estavam sendo criados de forma ilegal (sem entrar no mérito da questão), em áreas de preservação. E lá, parece, terão que ficar.

Leiloar gado não é a mesma coisa que leiloar milho. A mercadoria não é padrão, ou seja, não basta saber o preço. Antes de se decidir pela compra, o pecuarista também precisa ter conhecimento das características raciais, das condições corporais e sanitárias, da procedência (ou procedências), dos pesos, das eras (idades) e por aí vai. Seria bom que fossem disponibilizadas algumas fotos recentes dos bichos. Vídeos, de preferência.

É preciso considerar também que, recentemente (ainda que seja um movimento pontual), os negócios com animais de reposição esfriaram um pouco em função da retração dos preços do boi gordo.

Por fim, esse termo “boi pirata” é pra lá de infeliz. Dá a impressão de maracutaia, gera uma baita sensação de insegurança. Quem quer se arriscar a comprar esses animais? O produtor deve estar se perguntando: “Será que eles existem mesmo?”. “Quem me garante que, depois da compra, eu poderei embarcá-los?”. “E esse pessoal do governo entende de boi? Devem estar vendendo tatu com cobra e achando que é um gadão!”.

Colocando tudo isso na mesa, eu também não perderia tempo com os tais “bois piratas”. Eles não iam viram churrasco do Fome Zero? Então que o Ministério do Meio Ambiente comece a acender a churrasqueira. Mas antes, verifique bem a procedência do carvão. E cuidado com a fumaça. (FTR)

rsuser

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