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Nasce primeiro bezerro Guzerá Indiano no Brasil

Fruto de uma importação histórica, nasceu na última sexta-feira (17/9), na fazenda Canoas, em Curvelo (MG), o primeiro bezerro guzerá legitimamente indiano. É que o animal veio para o Brasil ainda embrião, depois de um árduo trabalho da ABCZ e persistência de criadores como Antônio Ernesto de Salvo, Jonas Barcelos, ente outros.

Foram 15 anos de negociação até que os governos brasileiro e indiano assinaram o protocolo sanitário liberando a importação de embriões.  Com isso, foi possível trazer para o Brasil novas linhagens das raças zebuínas, permitindo acelerar o melhoramento genético do zebu. Foram importados embriões guzerá, nelore e gir.

Para o pecuarista Antônio Pitangui de Salvo, que é diretor da ABCZ e proprietário da fazenda Canoas, onde nasceu o bezerro guzerá, a importação proporciona um "salto" para a diversidade genética de qualidade. "Precisávamos dessa genética vinda da Índia. Lá existem animais com excelente qualidade e em grande quantidade para utilização nos criatórios brasileiros", diz.  

Geraldo Melo Filho, da fazenda Canoas, emociona-se ao falar da vontade de Antônio Ernesto de Salvo, pai de Toninho. "Falhamos no prazo, porque o senhor Antônio Ernesto não conseguiu ver o nascimento desse bezerro, mas agora cumprimos o que havíamos prometido ao grande chefe", ressalta.

História
A primeira importação de material genético indiano, depois de 1962, chegou ao país em dezembro do ano passado e representa um novo marco na relação comercial,  para esse tipo de produto, entre o Brasil e a Índia. Desde 2005, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) empenhava-se na realização de um acordo com autoridades indianas com o objetivo de remover os entraves sanitários e religiosos.

A importação de bovinos da Índia estava proibida pelo governo brasileiro desde 1964. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) temia o ingresso de doenças exóticas, que possam comprometer a qualidade e sanidade do rebanho nacional. Por parte da Índia, havia o impedimento do comércio por questões religiosas, já que esses animais são sagrados para os adeptos do hinduísmo, crença predominante naquele país. Desde então, várias tentativas de reabertura das importações foram realizadas sem sucesso.

Só no final de 2009 chegaram os primeiros embriões. Iniciou-se, assim, um longo processo de liberação sanitária, quarentenário na Ilha de Cananéia (SP) para as receptoras, exames feitos na França e na Inglaterra.

Jornalista Renata Thomazini
Assessora de Imprensa e Comunicação
34-9148-3801

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