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Na colheita de soja, até esterco de frango vira moeda de troca

Do fim de janeiro até o mês de março, a cidade de Sidrolândia (MS) vive uma prática comercial que retrocede no tempo. Lá, os moradores, que beiram a casa dos 50 mil habitantes, festejam a colheita da soja, período em que os negócios fechados assemelham-se ao escambo, costume ancestral de se formalizar uma troca de mercadorias sem que para isto precise o desembolso de dinheiro.

No município, 72 quilômetros distante de Campo Grande, nesta temporada a saca do grão que impulsiona a economia da região pode ser negociada em formas de permutas que envolvem caminhão, terra ou insumos agrícolas. Até dejetos de frangos viram moeda.

O empresário Cezar Luiz Assmann, o Dicezar, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município, é um que negociou à moda escambo numa das colheitas de soja.

“Troquei 5 mil sacas por um caminhão e o combinado foi pagar mil sacas por ano, resta agora apenas uma parcela”, disse Dicezar, dono de madeireira e de uma frota de veículos que transporta produção de cana. Semana passada, a cota da saca de soja na região era de aproximadamente R$ 60.

ESTERCO VALIOSO

“Brinco ao dizer que no período alto da soja [fevereiro e março] até merda vira moeda de troca por aqui”, afirmou Clédio Santiani, corretor de imóveis há 17 anos na cidade. Ele disse que numa recente negociação trocou 4 mil toneladas de camas de frango [dejetos usados na lavoura como adubo orgânico] por hectares de terras.

O corretor explicou que cada tonelada da cama em questão gira em torno de R$ 55, ou seja, estocando o esterco, o dono do aviário juntou R$ 210 mil.

 

Por: Celso Bejarano

Fonte: Correio do Estado

 

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