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Municípios da região nascente do Rio Paraguai em MT recebem biofossas

Vinte e cinco municípios de Mato Grosso serão beneficiados pelo projeto.

Biofertilizantes podem ser usados em pasto e árvores frutíferas. Propriedades de 25 municípios da região nascente do Rio Paraguai, no Oeste de Mato Grosso, estão recebendo biofossas, construídas como parte do projeto Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal. Serão construídas 42 ao todo. As soluções para a região do ponto de vista do saneamento vai refletir na melhoria da qualidade da água no futuro.

O projeto foi desenvolvido em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Instrumentação, e o Instituto Trata Brasil, de São Paulo. Estudantes da Escola Técnica Estadual de Tangará foram os responsáveis pela instalação das biofossas na propriedade de Gilmar Borges, que fica às margens do Rio Queima Pé, em Tangará da Serra, região Oeste de Mato Grosso.

A propriedade foi a primeira a receber o projeto de instalação das biofossas no estado. O adubo orgânico produzido lá será usado na irrigação das árvores frutíferas e do pasto. A intenção é estender o trabalho para outras regiões do estado.

O produtor vê a iniciativa como um passo bastante importante. “Me ajuda na recuperação das nascentes, na evolução das águas para gente não ter a falta de água mais pra frente. Já vai usar uma coisa que a gente não usava, que era como biofertilizante. Já vai ter isso para usar na propriedade como no pasto quando tem algumas plantas”

O processo para a produção do biofertilizante ou adubo orgânico é simples. Ao dar a descarga no banheiro, a água do esgoto sanitário cai na primeira caixa, onde são despejados os esterco do boi que vai ajudar no processo de decantação. À medida que a caixa vai enchendo, a água cai na segunda caixa e, quando chega na terceira caixa a água estará pronta para ser usada em 21 dias. Segundo Abílio Luiz Colognese, professor biólogo, o funcionamento da biofossa é usado o esterco bovino na  primeira caixa porque é um ambiente onde ocorre a decomposição das fibras dos vegetais de que os animais se alimentam. “Esses micro-organismos vão entrar em contato com o material ou a água negra que vem do vaso sanitário e decompor esse material orgânico, transformando, então, em biofertilizante. A função dessas bactérias que colocamos na primeira caixa é fazer essa transformação desse material sólido em líquido e mais os nutrientes, no caso da ureia, o nitrogênio que vem pela urina é convertido então num biofertilizante”, afirma.

O professor ressalta que o reaproveitamento do esgoto sanitário ainda traz outros benefícios, como a economia de água que pode chegar a mil litros por semana. Além disso, diminui os riscos de contaminação do Rio Queima Pé, que abastece a cidade.

“Essa contaminação do solo, da água na propriedade rural praticamente vai ser diminuída significativamente também não contaminando este solo, ou esse ambiente. A água que vai para o rio também não vai ter mais a presença desses coliformes fecais e coliformes totais que estão presentes que estão presentes na água negra dos banheiros e é uma economia porque ao invés dele comprar fertilizante para colocar na pastagem ou nas frutíferas.”

O adubo orgânico só não pode ser utilizado nas hortaliças pelo risco de contaminação por vermes que podem estar escondidos no esterco do boi.

 

Fonte: G1 – MT

rsuser

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