Categories: Notícias

Miniusina é bom investimento

O pequeno produtor de leite que pensa em investir em uma miniusina deve avaliar, antes de mais nada, a viabilidade do negócio. Assim, é preciso verificar se há matéria-prima disponível, mercado, localização, licença, selos de inspeção (municipal, estadual ou federal), para que o investimento dê o retorno desejado. ‘Para manter uma miniusina é preciso produzir, no mínimo, 2 mil litros de leite/dia’, diz o presidente da Associação dos Laticínios de Pequeno Porte de São Paulo (Alapp), Antônio Carlos Hentz. Segundo ele, esta produção é necessária para compensar gastos com equipamentos, embalagens, mão-de-obra e energia. Segundo Hentz, o pecuarista que não tiver produção suficiente pode vender o leite para outras miniusinas. ‘Muitos produtores que pasteurizam leite precisam de matéria-prima de terceiros.’

CUSTOS

Conforme Hentz, equipamentos como tanques, bombas sanitárias, pasteurizador e embaladora custam cerca de R$ 40 mil. É recomendável consultar um engenheiro para dimensionar a estrutura. ‘Há empresas que fabricam equipamentos sob medida, conforme as condições de cada pecuarista. Isso é importante para que os equipamentos tenham capacidades semelhantes, nem a mais e nem a menos que o necessário.’

O pequeno produtor Carlos Eduardo Ferrás Luz, de Itápolis (SP), tem uma miniusina há 13 anos, na qual investiu R$ 200 mil, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele produz cerca de 1.200 saquinhos de leite/dia (70% da matéria-prima vem de outros fornecedores) e vende a produção em Itápolis e Tabatinga, município vizinho. ‘Um funcionário faz as entregas’, diz. Segundo Hentz, se o produtor fizer as entregas nos pontos de venda, dispensando distribuidor, ele consegue em economia de R$ 0,15/litro.

QUALIDADE

Pelo fato de ter de comprar matéria-prima de outros produtores, Luz analisa, em um laboratório próprio, todo o leite que chega à miniusina – incluindo o leite produzido no próprio sítio. A análise verifica, entre outras coisas, o teor de água do leite. ‘Por isso é essencial monitorar o leite desde a ordenha, com cuidados básicos de higiene.’ A questão da qualidade é tão importante que o produtor faz análises de amostras antes e depois da pasteurização; após ser embalado, um saquinho também é separado para análise. ‘Comparo os resultados para ter certeza da qualidade’, diz.

Por lei, todos os equipamentos devem ser de aço inox, e, diretamente ligada à garantia de qualidade do leite, está a higienização da miniusina, que deve ser diária. O processo inclui a lavagem com água morna, solução alcalina e solução ácida, que percorrem, separadamente, o mesmo trajeto do leite. ‘Todos os dias, duas horas são reservadas para a limpeza’, diz Luz.

rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

3 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago