Categories: Notícias

Minas ocupa a quarta posição na produção de nectarina

Apreciado no mundo inteiro, com 15,4 milhões de toneladas colhidas por ano no planeta, o pêssego ainda tem produção tímida em Minas Gerais. E neste mês, época da safra da fruta que é presença certeira nas ceias de Natal e réveillon, os agricultores mineiros que apostam no cultivo tiveram um presente desagradável: a concorrência gaúcha chegou mais cedo que o esperado, o que fez com que os preços pagos em Minas despencassem aproximadamente 16%, em relação ao que foi pago em 2013. Na semana passada, uma caixa de, no máximo, sete quilos da fruta custava, em média, R$ 18 – R$ 2 a menos que no mesmo período do ano passado. Apesar do desgosto, o mercado tem suas vantagens. Entre elas, está o bom retorno financeiro: o lucro bruto da plantação de pêssegos rende até sete vezes mais que o registrado com o cultivo de café, segundo os fruticultores.

Minas produz quase 20 mil toneladas de pêssego e nectarina por ano e já ocupa a quarta posição no ranking de agricultores que apostam na fruta. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul, o campeão da lista, colhe 132 mil toneladas de ambas as frutas anualmente. “Desde 2008, perdemos uma posição nesse ranking. Minas era o terceiro estado, atrás apenas do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Mas, há seis anos, Santa Catarina conquistou nossa posição. Passamos de 26.808 toneladas por ano, para 19.967 toneladas”, comenta o analista de agronegócios da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) Caio Coimbra. Segundo ele, não há informações direcionadas à produção somente da nectarina no país, muito em função da produção reduzida da fruta no Brasil. 

A posição mineira e a gaúcha apontam o maior desafio do cultivo do fruto no país: as baixas temperaturas. De clima temperado, o pêssego e a nectarina precisam, para se desenvolver bem, de, no mínimo, 700 horas de temperaturas abaixo dos 7 graus Celsius. No estado, em mais de 40 anos, muitas foram as pesquisas para desenvolver variedades que se adaptassem ao clima mineiro. Por isso, nas cidades onde o inverno é mais rigoroso, a produção é maior, como é o caso de Virgínia, no Sul de Minas, e de Barbacena, na Região Central. “Juntos, esses municípios representam 60% da produção. São, ao todo, 10 municípios com clima ameno no estado que têm esse tipo de produtividade. O primeiro lugar a ter produção de pêssego e nectarina em Minas foi Virgínia, em 2012. Naquele ano, foram produzidas 7 mil toneladas. Em segundo lugar, está Barbacena, que, no mesmo período, produziu 6 mil toneladas”, aponta Caio Coimbra. 

Segundo dados da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), hoje, há 125 mil hectares com frutíferas. “Pelo nosso acompanhamento, há no estado 490 hectares em produção de pêssego, e mais 6,6 em formação. Já para a nectarina, são 58 hectares em produção e 2,5 em formação”, revela o coordenador de fruticultura da Emater-MG, Deny Sanabio. Ele destaca que se trata de uma cultura que, com menos de 600 horas de frio, não produz. “Há uma espécie de hormônio que muitos produtores colocam para ajudar nesse desenvolvimento das plantas.” Deny explica que há variedades das frutas que começam a ser colhidas na segunda quinzena de setembro até outubro, as chamadas precoces, até então, mais comuns em Minas. “No Sul do país, geralmente, a colheita vai de 15 de novembro até dezembro”, conta Deny. Por causa da concentração da safra nesta temporada é que a oferta aumenta no mercado e o preço da fruta cai.

EM OUTROS TEMPOS  

Em agosto, a fruta chega a custar R$ 5,83 por quilo. Na semana passada, em Belo Horizonte, o preço já era de R$ 3,33. Em janeiro, o valor sobe para perto de R$ 3,80. “Este ano, o Rio Grande do Sul antecipou em três semanas a colheita, enquanto a nossa se manteve entre setembro e outubro. Isso nos pegou de surpresa e, com mais oferta, o preço pago a nós caiu em mais de 15%”, conta o produtor de Barbacena Luiz Gava, da Chácara Mantiqueira. Na semana passada, no entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), o clima era de desânimo. “Os preços estão baixos, mas há procura”, observa o produtor e comerciante Jonathan Carlos.

 

Fonte: FAEMG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais

 

rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

4 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago