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Mercado russo de alimentos aponta oportunidades para o Brasil

Empresários brasileiros marcaram presença na 23ª edição da World Food Moscow, feira mundial de alimentos que termina hoje, quinta-feira, 18, na capital russa. E foi diretamente deste evento que representantes dos setores público e privado do Brasil e da Rússia falaram com alunos e professores da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo, na Sala de Internacionalização, em Curitiba (PR), na quarta-feira, 17 de setembro.

Para João Prestes, um dos mais experientes empresários brasileiros nas relações bilateriais Brasil-Rússia, as sanções aplicadas pela Rússia, em resposta aos embargos impostos anteriormente pelo ocidente, são estratégicas para o Brasil. “a Rússia importa US$ 40 bilhões por ano em alimentos. Com o boicote internacional, sobram poucas opções comerciais – e a principal opção disponível é o Brasil”, afirmou. Prestes lembrou ainda que, atualmente, 50% das exportações do Brasil para a Rússia está no mercado de carnes, 30% no de açúcar e 20% em outros produtos. 

De acordo com o especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Pedro Viana Borges, a feira nunca recebeu tanto brasileiro – e os estandes brasileiros nunca estiveram tão disputados. Ele explicou que as restrições comerciais contra os Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega foram impostas por Putin pelo período de um ano. “Este é o momento do Brasil se fazer presente na Rússia, como um fornecedor seguro e confiável”, ressaltou. 

Segundo Borges, a oportunidade está em negociar contratos a longo prazo, fazendo com que, mesmo depois que acabem os embargos, o Brasil continue sendo um grande fornecedor da Rússia. Para isso, os empresários brasileiros presentes na World Food Moscow discutiram a flexibilização das exigências russas, principalmente no que se tange a normas técnicas e sanitárias que, historicamente, são utilizadas como barreiras comerciais.

De acordo com o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Rússia, Gilberto Ramos, o evento incentivou também a criação de novos canais financeiros. “Há dois anos se discute a criação do Banco de Comércio Exterior Russo Brasileiro, para dar suporte às expostações mas, em função da situação emergencial, a ideia é constituir este banco até o final de 2014”, adiantou. Segundo Ramos, o fluxo financeiro é, atualmente, um dos principais obstáculos na relação comercial entre Brasil e Rússia. “Hoje, todo o fluxo financeiro dessas transações passa por bancos americanos ou europeus”, sinalizou.

Outro grande obstáculo nessa relação, segundo João Prestes, é a falta e conhecimento mútuo dos dois países. “Conhecemos a Rússia apenas pelo que ouvimos falar da imprensa europeia e americana – o que nos gera um certo tipo de preconceito. Assim como na Rússia, que se conhece muito pouco sobre o potencial industrial e comercial do Brasil”, explicou Prestes que, por ser filho do maior comunista da história do Brasil (Luiz Carlos Prestes), foi exilado e morou 25 anos na Rússia.

Para o diretor da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo (UP), Rogério Mainardes, o que falta no Brasil é a agilidade para identificar e aproveitar as oportunidades, satisfazendo as necessidades do mercado internacional. 

A aula-conferência diretamente de Moscou ilustrou o que os alunos de graduação e pós-graduação nas áreas de Comércio Exterior e Relações Internacionais estão estudando em sala de aula. O projeto – denominado Conexões – visa conectar os universitários, em tempo real, com a realidade internacional, ampliando os horizontes dos futuros profissionais. “A tecnologia permite colocar o mundo inteiro dentro de uma sala de aula”, afirma Mainardes. A Sala de Internacionalização da UP já possui cerca de trinta aulas agendadas, em conexão com diversos países do mundo.

 

Fonte: Agrolink

 

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